Salinas foi oficialmente reconhecida como Capital Nacional da Cachaça em 2018 pela Câmara dos Deputados. Localizada no Norte de Minas, a cidade é líder nacional em número de propriedades registradas para a produção da bebida, representando quase 2% das cachaçarias legalizadas no Brasil, com um total de 24 estabelecimentos, conforme o Anuário da Cachaça de 2024 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Além disso, Salinas ocupa o segundo lugar nacional em variedade de rótulos registrados, somando 202 tipos diferentes. A produção local é tão significativa que há 21 anos é sede do Festival Mundial da Cachaça, que atraiu 30 mil visitantes em 2023, segundo os organizadores do evento.
O festival deste ano está marcado para ocorrer de 12 a 14 de julho no Parque de Exposições de Salinas, atraindo apreciadores da bebida, produtores rurais, comerciantes e empresas locais de diversos setores. O evento também destaca a importância de consumir uma bebida legalizada e segura.
Tanto em Minas Gerais quanto em todo o Brasil, as propriedades produtoras de cachaça e seus produtos devem ser registrados no Mapa. Esse registro é obrigatório e garante que todas as normas higiênico-sanitárias exigidas pela legislação sejam cumpridas, assegurando a segurança do produto para consumo.
Minas Gerais lidera o país em número de cachaçarias registradas, representando aproximadamente 41,4% do total nacional, com mais de 500 estabelecimentos. Além disso, possui a maior variedade de rótulos registrados, correspondendo a 35,7% do total nacional, o que equivale a mais de 2 mil marcas, conforme o anuário do Mapa.
A fiscalização e inspeção dos alambiques em Minas Gerais são de responsabilidade do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), delegada pelo Mapa.
“O trabalho de inspeção busca acompanhar todas as etapas do processo produtivo, desde a concepção da cachaça até o monitoramento da qualidade do produto. Buscamos garantir que as técnicas higiênico-sanitárias e a legalidade sejam cumpridas e as boas práticas sejam aplicadas, fornecendo ao consumidor um produto adequado”, explica Lucas Guimarães, gerente de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do IMA.
Além do registro obrigatório, existe também o serviço opcional de certificação da cachaça, que oferece benefícios adicionais ao comprovar que as propriedades seguem boas práticas agrícolas, de higiene, segurança alimentar, e também estão em conformidade com as normas ambientais e trabalhistas durante todas as etapas de produção.
Em Minas Gerais, o IMA é o Organismo de Certificação Oficial responsável por realizar auditorias nas propriedades e agroindústrias. Ele valida e publica as normas de certificação dos produtos, além de emitir certificados e autorizações para o uso do selo de certificação nos produtos.
No primeiro semestre de 2024, a Gerência de Certificação do IMA reportou um aumento significativo de 61,5% no número de marcas de cachaça certificadas em Minas Gerais em comparação ao ano anterior. O número saltou de 13 para 21 marcas certificadas pelo IMA.
O IMA desempenha um papel fundamental na edição atual do Festival Mundial da Cachaça em Salinas, onde está lançando o projeto “O Legal Merece um Brinde”. Este projeto, desenvolvido pelo IMA, visa promover a legalização da produção de cachaça em Minas Gerais e conscientizar toda a cadeia produtiva dessa bebida genuinamente brasileira.
O projeto busca integrar a fiscalização com a conscientização, englobando desde os produtores até os consumidores, incluindo restaurantes e transportadores de cachaça. O lançamento oficial ocorrerá durante o evento, no dia 12 de julho, às 19h30.
Além disso, o IMA terá um estande no festival, onde seus técnicos estarão disponíveis para fornecer informações aos produtores e consumidores sobre a importância da inspeção da cachaça e os benefícios da certificação do produto.
Programação
Confira a programação completa do XXI Festival Mundial da Cachaça.
Local: Parque de Exposições – Salinas/MG
Data: 12 a 14 de julho
Números da cachaça no estado
Na região Sudeste do Brasil, há o maior número de estabelecimentos legalizados para produção de cachaça em todo o país, representando 67,3% do total nacional, o que equivale a 819 cachaçarias registradas.
Minas Gerais se sobressai nesse contexto, contando com 504 estabelecimentos registrados, o que corresponde a mais de 60% dos alambiques da região Sudeste. O estado é pioneiro no país ao superar a marca de 500 cachaçarias legalizadas.
Lucas Guimarães destaca que o trabalho realizado pelo IMA foi crucial para o aumento de 7,7% no número de estabelecimentos regularizados em Minas Gerais em comparação ao ano de 2022.
“As ações de conscientização executadas pelo IMA buscam trazer mais produtores para a legalidade e oferecer à população mineira um produto com mais qualidade para consumo”, completa o fiscal agropecuário.
Belo Horizonte lidera em quantidade de rótulos registrados no Brasil, com um total de 336 produtos, o que representa 15,7% da produção de Minas Gerais. Salinas segue em segundo lugar nacional, com 202 rótulos registrados. Além desses, Córrego Fundo, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, é outro município que ultrapassa a marca de 50 registros da bebida.
De acordo com o anuário do Mapa, o setor de cachaça é significativo para a economia nacional. Em 2023, a região Sudeste concentrou 48% dos empregos gerados pela fabricação de aguardente de cana-de-açúcar no Brasil, totalizando 3.062 pessoas empregadas neste segmento.