Festas juninas aumentam acidentes com queimaduras, informa levantamento

Todo cuidado é pouco durante as festas de São João que vão se estender pelo mês de julho. Durante as festividades, muitos acidentes são relatados pelo manuseio de fogos de artifício e as típicas fogueiras. As mãos são as maiores atingidas nos acidentes, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Carlos da Costa.

Levantamento feito pela sociedade, com base nos números do Ministério da Saúde, a maior ocorrência é atribuída a queimaduras de segundo grau, com lesões nos membros superiores: mãos e punhos – as partes mais expostas -, braços, tronco, rosto e olhos. Também não é incomum que esse tipo de acidente seja fatal, levando à morte ou causando lesões graves e permanentes. Homens de 15 a 50 anos são as principais vítimas.  “Em geral, como os acidentes com fogos são seguidos de explosões, que ocasionam queimaduras graves, também ocorrem casos de amputações ou ainda deformidade dos membros superiores, assim como da face, que são as áreas mais atingidas”, observa Costa.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que cerca de 180 mil pessoas morrem por ano devido a queimaduras gerais, considerada a quinta causa mais comum de lesões não fatais na infância. Quando não provocam a morte, podem causar morbidade, hospitalização prolongada, desfiguração, cicatrizes e incapacidade. O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou quase 5 mil internações por queimaduras em três meses. De janeiro a março deste ano, 4.809 pessoas foram internadas, uma média de 52 internações diárias por queimaduras. Durante todo o ano passado, foram 19.522 internações. Na área ambulatorial, nos três primeiros meses de 2024 foram realizados 34.567 atendimentos por queimaduras.

De acordo com o especialista, entre junho e julho, com as festas de São João, os fogos de artifício são o maior perigo para as mãos. Em geral, os acidentes são seguidos de explosões que ocasionam queimaduras graves e até provocam amputações.  “Em relação às fogueiras,  durante o processo de acendimento, especialmente se estiverem sendo utilizados materiais inflamáveis, como papel, madeira seca ou álcool, podem ocorrer estalos e estilhaços, que atingem as mãos, causando queimaduras, explica Antonio Carlos da Costa.  Em caso de acidente, ele recomenda o seguinte procedimento: a limpeza da queimadura leve deve ser feita com água corrente, usando um jato suave, por cerca de dez minutos. Na sequência, deve-se aplicar uma compressa fria na área. Se a queimadura for grave, siga para uma unidade de saúde imediatamente.

Existem diferentes tipos de queimaduras, classificadas de acordo com a profundidade atingida na pele.

– Primeiro grau: afeta apenas a camada mais externa da pele, chamada de epiderme.

– Segundo grau: compromete tanto a epiderme quanto a camada superficial ou profunda da derme.

– Terceiro grau: atinge além da pele, podendo afetar tecidos como subcutâneo, músculos, tendões e até mesmo ossos.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão oferece orientações para prevenir esses acidentes e procedimentos em casos de ocorrências:

– Ao utilizar fogos de artifício, siga rigorosamente as instruções de segurança do fabricante, mantendo distância segura ao acendê-los e nunca apontando na direção de pessoas, animais ou materiais inflamáveis.

– Evite ficar muito próximo das fogueiras para evitar queimaduras pelo calor intenso. Supervisione crianças de perto e evite brincadeiras próximas às fogueiras.

– Durante festividades, mantenha vigilância constante sobre crianças para prevenir atividades perigosas que possam resultar em queimaduras.

– Em caso de acidente, não remova tecidos aderidos à pele queimada e não retire objetos que possam estar no local da queimadura.

– Não aplique manteiga, pó de café, creme dental ou qualquer outra substância sobre a queimadura; apenas profissionais de saúde devem determinar o tratamento adequado para o local afetado.

Fonte: Agência Brasil.