Uma operação da Polícia Federal (PF) resgatou 16 trabalhadores mantidos em situação análoga à escravidão na cultura do café na região entre os municípios de Santa Rosa e Campos Altos, no Triângulo Mineiro. Na última sexta-feira (07/06), os trabalhadores receberam R$ 90 mil em verbas salariais e rescisórias após ser libertados. Alguns deles sequer tinham acesso ao banheiro.
“Todos eles foram recrutarmos no interior da Bahia e vieram com falsas promessas de trabalho. Tiveram que pagar suas próprias passagens para vir. Foram alojados em locais sem a menor condição de habitabilidade. Três das quatro edificações sequer tinham vaso sanitário em condição de uso, e eles tinham que usar o mato para fazer suas necessidades fisiológicas. Um dos alojamentos não tinha chuveiro, e os trabalhadores tinham que tomar banho de caneca”, descreve o auditor-fiscal do Trabalho Humberto Camasmie, que acompanhou a ação, iniciada a partir de denúncias.
Imagens compartilhadas pelas autoridades mostram o casebre onde os trabalhadores foram encontrados. As fotos exibem paredes sujas e um armário improvisado sobre pneus, por exemplo. A investigação também apurou que o valor do combustível utilizado nas máquinas de trabalho dos funcionários eram descontado dos salários, o que é ilegal. A água disponibilizada para eles não tinha garantia de ser potável.
Os empregadores estão sendo investigados pelo crime de redução à condição análoga à escravidão e outras infrações trabalhistas. Além da verba rescisória, os trabalhadores têm direito a três parcelas de seguro desemprego. Seu retorno para casa foi garantido pelas autoridades, e eles podem, ainda, receber uma indenização por danos morais individuais, negociada pelo Ministério Público do Trabalho.
[Com informações de O TEMPO]