As farmácias brasileiras, incluindo a Farmácia Popular, irão enfrentar uma escassez de insulina a partir de julho. O laboratório Novo Nordisk, responsável pela produção do Novolin R (insulina regular) e Novolin N (insulina NPH, de ação prolongada), anunciou que haverá indisponibilidade no fornecimento dos medicamentos. A previsão é que o abastecimento fique prejudicado durante todo o segundo semestre de 2024.
No comunicado de alerta, a fabricante afirma que durante o período de escassez das insulinas, os pacientes afetados poderão buscar alternativas terapêuticas, de acordo com orientação médica. A companhia afirma que está diante de um cenário desafiador, já que há cada vez menos fornecedores de insulina no mercado.
Por isso, a Novo Nordisk afirma que está aumentando a sua capacidade de produção por meio da ampliação de fábricas e modernização das linhas de produção. Porém, a empresa não conseguirá atender a demanda atual por insulina no país. A companhia afirma que o desabastecimento da substância não tem relação com possíveis problemas de qualidade ou segurança do produto.
“A Novo Nordisk tem como prioridade o cuidado com a saúde e o bem-estar de todos aqueles que confiam e dependem de seus produtos e se mantém trabalhando para oferecer o cuidado adequado às pessoas com diabetes e possibilitar a continuidade e a melhoria de seu tratamento”, afirmou o laboratório em nota.
‘Medicamento vital’
Em nota publicada nessa terça-feira (4), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) afirmaram que recebem com preocupação o comunicado do laboratório Novo Nordisk.
“A SBD e a SBEM vêm participando de reuniões com os órgãos e entidades envolvidos neste processo, pois a insulina é um medicamento vital, que necessita ser administrado diariamente por milhares de pessoas, para manter a vida e a saúde. Mesmo com o incremento da produção destas insulinas, o laboratório Novo Nordisk informa que não será possível manter a disponibilidade habitual, devido ao aumento na demanda e à redução de outros fornecedores no mercado mundial”, afirmam as instituições.
O comunicado ainda chama atenção para a manutenção do fornecimento das canetas de insulina NPH e Regular pelo Sistema Único de Saúde. “Os pacientes que fazem uso destas medicações devem ser orientados a buscar as farmácias do SUS, para a retirada das insulinas. Caso seja necessária a substituição das insulinas humanas por análogos de insulina, será indispensável a orientação médica para o ajuste das doses, do horário e da frequência da administração”, alertam.
Segundo as entidades, é importante que toda a comunidade que lida com a diabetes – médicos, pacientes e cuidadores – seja comunicada da escassez. “A SBD e a SBEM se manterão acompanhando de perto esta situação e em contato constante com as autoridades competentes para manter todos informados sobre quaisquer mudanças deste cenário”, reiteram.
Brasil enfrentou escassez em 2023
Essa não é a primeira vez que o Brasil enfrenta um risco de desabastecimento de insulina na rede pública de saúde. Em 2023, o Ministério da Saúde chegou a assinar um contrato de aquisição emergencial de 1,3 milhão de unidades de insulina análoga de ação rápida (molécula asparte) para garantir o abastecimento da substância.
Ozempic também pode faltar
Utilizado para o tratamento de casos de diabete tipo 2 não controlada, omedicamento Ozempic também pode faltar em algumas farmácias brasileiras, segundo o laboratório Novo Nodisk. A companhia explica que o medicamento de 0,25m e 0,5mg podem apresentar disponibilidade intermitente ao longo de todo o ano, devido à demanda maior que a prevista.
Embora não tenha aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nem recomendação em bula para obesidade, o fármaco ficou popularizado por pessoas que tentam emagrecer.
A fabricante informa que, dada a a complexidade envolvida na cadeia de distribuição de medicamentos, o estoque do Ozempic deve se reestabelecer de forma gradual e não de imediato.
[Com informações de Itatiaia]