Montes Claros promove ato público no Dia da Abolição da Escravatura

Foto: Internet.

Na próxima segunda-feira (13), dia em que se comemora a abolição da escravatura no Brasil, a Coordenadoria de Igualdade Racial, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Montes Claros, em parceria com o Conselho Municipal de Igualdade Racial, promoverá, às 18 horas, um Ato Público na Praça Doutor Carlos, pelo fim do racismo e preconceito.

José Gomes Filho, responsável pela Coordenadoria e presidente do Conselho, acredita que é preciso aproveitar a data como uma oportunidade para promover uma reparação dos direitos dos negros. “O Brasil precisa avançar em passos largos nas políticas públicas para combater de vez as crueldades que ainda assolam a população negra, especialmente as questões salariais, onde o negro continua ganhando menos do que o branco, mesmo fazendo o mesmo serviço”, protesta Gomes.

Segundo ele, é preciso separar os dias 13 e 14 de maio. “O 13 de maio de 1888 foi uma data instituída de forma atrasada pelo Estado, já que o Brasil foi o último país livre do Ocidente a abolir totalmente a escravatura, e mesmo assim, sem nenhuma garantia para a população negra. Por isso, essa data é algo a ser reelaborado, porque houve uma abolição formal, mas os negros continuaram excluídos do processo social. Já 14 de maio foi o dia em que povo negro acordou e descobriu que não tinha nada, nem moradia e nem emprego. Muito menos direitos. Sendo assim, o dia 14 de maio se tornou um dia de reflexão para a população negra ex-escravizada, que não tinha o que comer, o que vestir e onde morar”, conclui.

13 de maio. 

Anualmente se celebra o  13 de maio, data em que se relembra a abolição da escravatura para todas as pessoas em situação de escravidão que existia no Brasil desde o século 16. Esse dia foi visto de maneira fantasiosa pela historiografia oficial. “Essa narrativa sobre a Lei Áurea, assinada em 1888 pela princesa Isabel, filha de D. Pedro 2º, é só mais uma das tantas narrativas que põe panos quentes na história do Brasil”, salienta o sociólogo Túlio Custódio.

Desta feita, é preciso compreender que 13 de maio também significa a luta de pessoas como José do Patrocínio e Luiz Gama, que foram lideranças fundamentais e estiveram no centro da luta abolicionista.

Portanto, a abolição não foi nenhum ato de caridade da princesa Isabel que através da lei áurea, deu liberdade aos escravizados. A abolição foi o resultado de um processo de lutas e resistências de pessoas negras e também não negras contra a realidade da escravidão neste país. Esse processo de empoderamento e resistência do povo negro põe-se em marcha continuamente, já que a lei Áurea não foi acompanhada de medidas para integrar os libertos na sociedade.

Fonte: https://unimontes.br/comunicado/13-de-maio-dia-da-abolicao-da-escravatura/