Nesta coluna procuro refletir acerca da importância das personagens femininas na minha obra.
Elas reúnem singularidades que as tornam veículos privilegiados de trazer e levar mensagens fortes e lindas recorrendo sempre enredos simples do Cerrado, mas surpreendentes; com personagens aparentemente desconhecidas, mas marcantes; num tempo que pode ser de alegria ou de sofrimento e aglutinam forças para dar origem a uma nova realidade em que a esperança e a vida se sobrepõem à dor e à morte.
A fronteira entre o real, o sonho e a imaginação é muito estimulante para o poeta.
Quem leu minha obra: A menina e o poeta, vai lembrar de sonhos que tive com uma menina que me apareceu e deixou esta mensagem: – das minhas bioluminêscencias sou como vagalume, incendeio a escuridão da noite com minha luminosidade.
Minhas personagens nas minhas poesias,
caminham pelos territórios da realidade,
da imaginação,
do sonho,
e da fantasia.
É deste material humano literário que compõe a minha coluna semanal e que me inspira a escrever para o WebTerra
Dou maior atenção à realidade, mas é no território da imaginação que eu caminho como uma criança.
Às vezes, tento encaixar as ideias que tenho no que se passa à minha volta, até porque escrever uma coluna toda semana é muito difícil.
Há situações em que faltam quatro ou cinco dias para a entrega do texto e ainda não tenho nada.
É nessas alturas que me surge um sonho, uma situação ou qualquer coisa, que serve de núcleo para pôr a história a andar.
Como aconteceu um certo dia que fui parado na rua, muitas vezes como um mensageiro, como alguém que passa essa linha de fronteira entre o mundo real e espiritual.
Muitas vezes me param na rua pra conversar, contar uma história ou mostrar algo que escreveu.
E esse papel de mensageiro para mim é fundamental.
Uma das coisas que gosto é que as pessoas contam histórias o tempo todo.
Recentemente em um abraço que recebi de uma leitora que me trouxe um gesto de carinho e desejou toda sorte do mundo num momento de muita dor.
Sabemos muito pouco sobre o toque e o abraço , por exemplo, que são capazes criar mecanismos de defesa imunológica e de cura.
Algo que muitos de nós já tinha intuição e agora foi confirmado por um estudo: o toque pode ajudar a aliviar a tristeza e a ansiedade.
Outro achado interessante é que tocar a cabeça gerou mais benefícios à saúde do que tocar outras partes do corpo.
Sinto que sou muito privilegiado, sou um mensageiro. Não faltam narrativas.
O poeta nasceu para superar limites, para rivalizar com o sonho e visitar ao impossível.