Com a proximidade do inverno, aumentam as ocorrências de infecções de vias aéreas superiores (IVAS), sobretudo em crianças com idade escolar. Como diz a otorrinolaringologista Nayara Lacerda, da Sociedade Baiana de Pediatria, algumas crianças chegam a ter de 7 a 10 episódios no ano, com casos mais concentrados na estação mais fria. Para evitar possíveis complicações, a médica defende a vacinação e o acompanhamento médico especializado.
Apesar de menos de 2% das IVAS evoluírem para uma rinossinusite bacteriana, outras complicações podem acontecer, ainda que de forma rara. São as otites, faringoamigdalites, laringites e pneumonias.
O primeiro passo, é diferenciar gripe de resfriado. “A gripe é causada pelo vírus influenza (tipos A ou B) e, geralmente, é caracterizada por febre alta, dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca, o que pode durar até duas semanas.Explicando que a febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias.
“Alguns casos apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar.
Já o resfriado é causado por vírus diferentes, sendo os mais comuns rinovírus, parainfluenza e o vírus sincicial respiratório (RSV).”
Os sintomas do resfriado são mais brandos e duram menos tempo do que a gripe, sendo, em média, quatro dias. Os sintomas incluem tosse, congestão nasal, coriza, dor no corpo, febre baixa e dor de garganta leve. O diagnóstico da gripe normalmente é baseado em sinais e sintomas percebidos durante o exame físico.
“Os resultados dos testes específicos para determinação dos vírus demoram alguns dias, não sendo obtidos, portanto, na fase aguda da infecção. Os exames de imagem, como os de Raio X, por exemplo, não fazem parte da rotina diagnóstica.”
A infecção é combatida pelo próprio sistema imunológico e as medicações são utilizadas para aliviar os sintomas. Por isso, são importantes o repouso e a hidratação. A febre é controlada por analgésicos e antitérmicos e as medicações antivirais são indicadas para alguns casos específicos, mais graves e pacientes com fatores de risco.
OCORRÊNCIAS NO INVERNO – No Inverno, são maiores as aglomerações em ambientes fechados, o que aumenta a proximidade entre as pessoas, facilitando a transmissão do vírus. O frio não é, portanto, causa da gripe, mas cria condições para maior disseminação do vírus em lugares com pouca ventilação onde as pessoas falam, tossem e espirram muito perto umas das outras, orienta.
O tempo seco e frio dificulta também a dispersão dos poluentes atmosféricos, piorando a qualidade do ar, gerando maior irritação da mucosa respiratória, o que pode agravar patologias prévias, como rinites e asma, além de facilitar as infecções.
A infecção é combatida pelo sistema imunológico, as medicações utilizadas são indicadas para aliviar os sintomas, por isso é importante o repouso e hidratação.
Para controle da febre e dor é recomendável o uso de analgésicos e antitérmicos. As medicações antivirais são indicadas para alguns casos específicos, mais graves e pacientes com fatores de risco.
PREVENÇÃO – Como a transmissão dos vírus é feita através de gotículas da saliva ou de secreção respiratória, cuidados básicos de higiene devem ser redobrados:
– Lavar as mãos com água e sabão ou com álcool gel;
– Evitar locais aglomerados ou fechados;
– Cobrir a boca e o nariz com papel ao tossir ou espirrar;
– Tomar vacinas. A imunização previne infecção por três ou quatro tipos de vírus. Em 2019 o Ministério da Saúde ampliou o limite de idade no público infantil e crianças de 6 meses até 6 anos incompletos podem tomar a dose nos postos de saúde. A proteção vacinal tem início de 10 a 15 dias após a aplicação e estende-se por 1 ano.