O país deve passar pelo ano com maior número de casos de dengue da série histórica. O medo de contrair a doença faz com que as pessoas utilizem alguns métodos que nem sempre são eficazes para o combate ao mosquito.
É fácil encontrar na na internet, pessoas divulgando receitas caseiras ou dizendo que, em determinados horários do dia, estão livres do risco de serem picadas pelo mosquito transmissor da dengue. De acordo com o entomologista da Fiocruz, especialista no mosquito Aedes aegypti, Fabiano Duarte Carvalho, não existe receita milagrosa contra o mosquito.
“Nada disso tem comprovação científica de que vai funcionar repelindo o mosquito. Apesar do Aedes aegypti ter o hábito diurno e o pernilongo comum ter hábito noturno, isso não impede que eles possam fazer essa picada fora do seu horário de preferência. Em áreas rurais, como campos e matas, é comum encontrarmos vários mosquitos, mas o transmissor da dengue, zika e chikungunya prefere os centros urbanos”, detalha o especialista.
Conforme Fabiano Carvalho, o mosquito geralmente se orienta por correntes de CO₂ que liberamos na nossa respiração e essas correntes se concentram próximas ao chão. Por isso, o mosquito costuma voar mais baixo.
Além disso, as pernas e os pés ficam desprotegidos. Às vezes, a pessoa está sentada com as pernas debaixo da mesa, local escuro, onde o mosquito fica. Ele aproveita esse momento para fazer a picada. Mas o mosquito pode picar qualquer outra parte do corpo.
Contando os mitos sobre como eliminar o mosquito, existem algumas dicas que são verdadeiras. “O uso de água sanitária em ralos, principalmente aqueles ralos que têm pouco uso, pode, sim, atrapalhar o desenvolvimento do mosquito. Além disso, a água sanitária usada em piscinas pequenas pode evitar tanto a postura, quanto o desenvolvimento das larvas no local”, reforça Fabiano Duarte, entomologista da Fiocruz.
[Com informações de Itatiaia]