Um homem, de 43 anos, foi preso na noite desta terça-feira (13), suspeito de autoria em um homicídio, em Salinas, no Norte de Minas.
Segundo a Polícia Militar, de Minas Gerais, uma jovem, de 28 anos, foi até o quartel militar da cidade e informou que o seu irmão, de 29 anos, estaria em cárcere privado feito pelo autor, tendo ela apresentado mensagem de áudio onde a vítima lhe havia enviado e dizendo: “se algo acontecesse com ele, o autor seria o responsável pela sua morte”. Ainda segundo a solicitante, o irmão dela estava desaparecido desde as 9 horas da manhã do dia anterior e a motivação do crime foi porquê o autor contratou a vítima para ameaçar a ex–amásia dele, tendo feito vários pagamentos (de R$ 400,00, R$ 500,00 e R$ 200,00) ao jovem/vítima, porém o mesmo não teria concluído o que havia sido combinado e dizia que precisaria de mais dinheiro, resultando, assim, em seu assassinato. A vítima também tinha relatado para a irmã que o autor também pagava outras pessoas para bater na porta e atear fogo na casa da ex.
A guarnição, em rastreamento, foi a uma residência localizada à Rua Quinto Corsino para verificação dos indícios de crime e localização do acusado. Ao chegar ao local, encontraram uma mulher, de 34 anos, ex-companheira do autor. Ao ser questionada, a moradora disse que o homem não residia mais no referido endereço e que estava amedrontada, pois muita já havia ocorrido com ela, teve a motocicleta roubada, a casa havia sido incendiada, pessoas entraram no imóvel e bateram em suas pernas. A mulher também relatou que a irmã da vítima a procurou e mostrou um áudio do irmão e que se ele morresse seria o ex-companheiro dela (da moradora) que o matou.
Em continuidade às diligências, os militares abordaram o acusado no final da Avenida Três de Maio (próximo ao Anel Rodoviário). Com ele, foi encontrada uma faca. Ao ser questionado sobre o paradeiro do jovem, a princípio demonstrou nervosismo, falou que não tinha nada com ele, mas, depois, disse que esteve com o mesmo há poucos dias, não sabendo responder ao certo quando foi o último dia em que se encontraram nem o nível de envolvimento entre eles e o que teria feito desde o desparecimento da vítima.
Em seguida, os militares foram até a casa do acusado, na Rua Mané Guarrincha, mas a vítima não estava no local. A irmã da vítima foi à residência e também o questionou sobre o paradeiro do irmão, falou sobre os conteúdos dos áudios e das mensagens enviados por ele. Neste momento, o morador ficou ainda mais nervoso. Os policiais, ao verificarem o celular do homem, constataram que o mesmo foi formatado há cerca de 20 minutos, o que aumentou a suspeição da participação dele no desaparecimentodo jovem.
Em seguida, o homem confessou a autoria do homicídio e a ocultação do cadáver e relatou, também, que, há aproximadamente um mês, estava sendo extorquido pela vítima, que o ameaçava constantemente de contar para a sua ex-companheira que ele era o mandante do incêndio na casa dela e das agressões. Com isso, o autor planejou matar o jovem com o revólver calibre .38 que a sua ex comprou para tentar se defender das ameaças e agressões. O autor também relatou que a sua ex-companheira pedia para ele matar o ex-marido dela.
O autor contou que, na manhã da última segunda-feira (12), entrou em contato com a vítima no Bairro Sílvio Santiago, onde combinaram ir de carro a um antigo restaurante (lugar conhecido como “muriçoca”), no km 285, à beira da BR-251, para ajudá–lo a retirar uma bomba d’água de dentro de uma cisterna. Ao chegarem ao local, seguiram a pé para a cisterna, retiraram a tampa de concreto dela e, após indicar o serviço, aproveitando-se que o jovem estava olhando para o interior do poço, sacou o revólver e atirou duas vezes na cabeça dele, em seguida enrolou o corpo em um papelão para não ter contato com as mãos e o jogou dentro da cisterna.
Após o homicídio, o homem tampou a cisterna e retornou para a cidade, tendo dispensado as cápsulas deflagradas na rede de esgoto perto de sua casa e escondeu a arma no telhado do imóvel.
Os militares, então, retornaram à casa do autor e localizaram o revólver entre o telhado e a laje, acionaram o Corpo de Bombeiros e a perícia da Polícia Civil e foram ao local onde o cadáver foi ocultado.
O corpo foi retirado da cisterna (de mais de 40 metros de profundidade) pelos bombeiros e encaminhado ao IML após a perícia da Polícia Civil.
O carro do autor também foi recolhido pela perícia.
Ao ser questionada, a ex-companheira do autor se restringiu a dizer que comprou a arma para se proteger e que a entregou para o ex-namorado, mas que não sabia que ele estava sofrendo ameaças e extorsão e que não tinha conhecimento do envolvimento entre ele e a vítima. A mulher também disse que o jovem teria ligado para ela dizendo que o mandante do incêndio em sua residência seria o seu ex-marido e que o ex-namorado dela teria solicitado autorização para matá-lo (o ex-marido), mas que ela disse não ser necessário pois não poderia afirmar que o mesmo seria o real mandante dos crimes.
O autor foi preso e conduzido à Delegacia. A mulher também foi conduzida para prestar esclarecimentos. Os telefones celulares dos dois foram apreendidos.