Saúde: depois da pandemia subiram os casos de brasileiros sedentários, obesos e diabéticos

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Com a pandemia de Covid-19 muitas consequências foram deixadas e mudanças vieram no mundo, dentre essas, estão os hábitos relacionados aos cuidados com a saúde do povo brasileiro.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicado em 2023, revelou que, depois da pandemia, os brasileiros se tornaram mais sedentários, obesos, hipertensos, diabéticos, além de terem deixado de lado os exames preventivos.

Denominada “Mudanças nas doenças crônicas e os fatores de risco e proteção antes e após a terceira onda da Covid-19 no Brasil”, a pesquisa analisou uma série histórica (2006/2021), do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), com destaque para os anos de 2019 (pré- pandemia) e 2021 (pós). O levantamento foi feito com cerca de 54 mil pessoas, em todos os estados brasileiros.

Segundo a pesquisa, a ausência total de exercícios físicos na população aumentou de 13,9% em 2019 para 15,8% em 2021 — 1.9 ponto percentual. A alta foi maior entre  mulheres, de 14% para 16%. O comportamento sedentário também evoluiu entre os brasileiros, passando de 62,7% para 66% — 3.3 pontos porcentuais. Entre homens, o indicador saiu de 63,9% para 66,7%, e entre as mulheres de 61,7% para 65,4%.

“A atividade física traz muitos benefícios para a prevenção de doenças crônicas, por isso esses resultados representam um mal muito grande para a população. Podemos notar, por exemplo, que os índices de diabetes e hipertensão, que vinham em curva estável até 2007, acabaram crescendo após a pandemia,” destaca a primeira autora da pesquisa e professora da Escola de Enfermagem da UFMG, Deborah Carvalho Malta.

Obesidade

O aumento de pessoas com excesso de peso foi outro ponto destacado. De 55,4% em 2019, a estatística passou para 57,2% em 2021/22  — 1.8 ponto percentual. A prevalência de obesidade, que era de 20,3% em 2019 subiu para 22,4% em 2021/22. Nos homens, o acúmulo de gordura corporal
cresceu de 19,5% para 22%.

Hipertensão, diabetes e preventivos

O estudo ainda mostrou alta na prevalência de hipertensão na população total. O aumento registrado foi de 1.8 ponto percentual — de 24,5% em 2019 para 26,3%. O destaque foi para o salto do número entre homens — de 21,2% para 25,4%.  O indicador de diabetes também seguiu a tendência, elevando de 7,5% para 9,1% entre todos os brasileiros.

O retrocesso na realização de exames de detecção precoce de câncer em mulheres também foi identificado pela pesquisa. A cobertura de mamografia nos últimos dois anos, por exemplo, caiu de 76,9% em 2019 para 72,8% em 2021/2022  — 4.1  pontos percentuais. Já o exame de citologia do colo de útero, nos últimos três anos, reduziu de 81,5% em 2019 para 77,2% em 2021/2022 — 4.3  pontos percentuais

Cenário pouco animador

Os reflexos da pandemia de Covid-19 — reconhecida em março de 2020 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que matou mais de 700 mil brasileiros, segundo o painel de monitoramento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) — não devem deixar de serem percebidos num curto prazo. Isso porque, de acordo  com a pesquisadora, Deborah Carvalho Malta, a análise dos dados de 2023 não é muito positiva.

[Com informações de O Tempo]