Os sócios da cervejaria Backer afirmaram que não tinham conhecimento sobre os processos de produção dos itens comercializados pela empresa. As audiências dos dez réus iniciaram nessa terça-feira (28 de novembro). Três foram ouvidos pelo juiz Alexandre Magno Resende, da 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, no Fórum Lafayette.
Os réus são acusados de lesão corporal, homicídio e tentativa de homicídio culposo por meio de contaminação de alimentos. Em 2019, uma linha de produção da cervejaria foi contaminada por dietilenoglicol, matando dez pessoas por intoxicação ao consumirem a cerveja Belorizontina.
Em depoimento, Ana Paula Lebbos afirmou ser sócia-proprietária e diretora de marketing da Backer. Ela ressaltou que não tinha contato com o parque industrial nem com a produção de cerveja. A atuação era, conforme dito, somente na divulgação e publicidade dos produtos e da cervejaria.
Assim que o Ministério da Agricultura apontou a possível contaminação dos lotes da cerveja Belorizontina, Ana Paula informou que a população foi orientada a não consumir a bebida e que isso ocorreu por meio do acionamento dos meios de comunicação e da imprensa.
Hayan Franco Khalil Lebbos e Munir Franco Kalil Lebbos, sobrinhos de Ana Paula, também foram ouvidos e disseram que não tinham nenhuma função na cervejaria. Nos depoimentos, eles destacaram que só passaram a integrar a sociedade devido à separação dos pais. A empresa era administrada pelo pai e o tio, conforme afirmado ao juiz.
Munir Lebbos comentou que na época do ocorrido ele era o responsável pelos cinco restaurantes da família, três em Confins, além de um em Contagem e o Templo Cervejeiro. O último, apesar de ficar localizado no mesmo terreno em que o escritório e a cervejaria, eram independentes, inclusive com portão separando os ambientes. Ele ainda ponderou que não frequentava a fábrica da Backer, somente comprava as cervejas produzidas.
Por fim, Munir disse que somente ia ao escritório quando havia a exigência de assinatura de documentos por todos os sócios e que isso era realizado confiando no pai.
Nesta quarta-feira (29 de novembro) estão previstos os depoimentos de Ramon Ramos de Almeida Silva, Sandro Luiz Pinto Duarte, Cristian Freire Brandt e Adenilson Resende de Freitas.
[Com informações de O TEMPO