Minhas histórias tem rosto, tem cara.
Sempre falo de Salinas: se queres ser universal começa por pintar a tua aldeia.
Quando leio esta frase de Tolstói não significa dizer que não posso conhecer ou valorizar outras manifestações culturais ou outros povos. Mas, chamo atenção para que devemos valorizar primeiramente nossa própria história, nosso povo, nossa cultura.
Este local sempre foi personagem dos meus livros.
Estes posts tem objetivo de recuperar memórias.
Destaco aqui alguns trechos das minhas colunas anteriores: enchentes e vazantes do Rio Salinas em 2021, e o calor extremo neste verão.
Sempre achei que devíamos olhar para o rio Salinas não como uma coisa, não como um componente da geografia mas que percebessem o rio como uma entidade viva, como uma criatura que não existe apenas entre duas margens, apenas entre uma foz e uma nascente.
Vejo o Rio Salinas para além dessa dimensão poética que me encanta, também há ali uma sabedoria antiga, uma percepção que foi construída ao longo do tempo desde os primeiros moradores que eram os povos primitivos.
Existe um comportamento sazonal de enchentes e vazantes.
Não é uma anormalidade. É assim que o rio nasceu, é assim que o rio vive, com esta periodicidade de inundações, foi assim que construiu esse vale de lindas colinas.
Portanto, o assunto das alterações climáticas tem de ser visto como alguma coisa que não é completamente nova.
Mas com as ações humanas ao longo dos anos chegaram a mudanças climáticas extremas.
Não estamos descobrindo uma coisa que era completamente ignorada.
Essas pessoas tinham essa percepção, construíram todo o seu convívio com esta sazonalidade.
Vocês lembram da Rede, da grande cheia do Rio Salinas, da destruição do Parque?
Tudo isso aqui na nossa cara. Agora vem o calor insuportável.
A destruição dos recursos naturais ameaça a sobrevivência da espécie humana no planeta.
A igreja e a ciência estão profundamente preocupadas com o aquecimento global.
O calor que este ano assola várias regiões, provocando incêndios e até mortes, é apenas um sintoma a pensar.
Um problema ambiental que até há pouco apenas se vislumbrava no horizonte como a cheia do Rio, vai aos poucos tornando real e ameaçador.
O agravamento das mudanças climáticas representam riscos significativos para a sobrevivência da humanidade em nosso planeta.
A crise climática tende a provocar consequências devastadoras, como os chamados eventos climáticos extremos – secas, inundações, ciclones, o derretimento das calotas polares, a acidificação dos oceanos e a perda de habitats costeiros pela elevação do nível do mar.
Cidades litorâneas poderão desaparecer.
As elevações até 50 cms acima dos níveis previstos para ocorrer a partir da próxima década, já deverão inundar alguns países e cidades litorâneas, ocasionando milhões de refugiados do clima.
Tudo isso provocará perdas econômicas significativas, deslocamentos populacionais em massa, escassez de alimentos.
Interessante que uma das principais ações segundo os pesquisadores, a melhor maneira de desacelerar as mudanças climáticas é plantar mais árvores e parar o desmatamento, já que as árvores absorvem grandes quantidades de carbono da atmosfera.