Em nossos relacionamentos interpessoais é possível vivenciarmos conflitos e situações que podem nos colocar em saias justas ou nos tirar do sério. E, na verdade, por não sabermos como tratar tais episódios, pode ser que fiquemos sem agir diretamente sobre o problema ou deixarmos que as essas ocasiões se perdurem. Desse modo, nos perguntamos como fazer para levar o outro a conscientização do que traz prejuízo para equipe, para a família ou para o meio social em que vivemos sem trazer ainda mais prejuízos emocionais, discórdias ou desentendimentos entre os pares? Bem, o que ocorre é que comumente somos levados a agir com intemperança, precipitação e de forma impulsiva. E isso pode definitivamente acarretar separações, findar amizades, e até criar rupturas entre equipes profissionais.
É claro que para atuarmos assim, primeiramente é indispensável agir com distinta inteligência emocional. E desse modo, identificar o estado de espírito em que o outro se encontra para não o tratarmos de forma envenenada, isto é, para não aceitarmos o veneno que o outro, que está hipnotizado pela cólera, nos trazer e querer dar o troco, “na mesma moeda”. Alguns até pensam que dar o troco pode ser algo sensato. Pois não querem levar desaforos para casa. Mas levar ou não desaforo é perigoso, pois essa atitude é de fato nociva, totalmente vingativa, desinteligente e ocasiona sérios problemas emocionais, psicológicos e, quem sabe, até dificuldades espirituais. Na hora da cólera do outro, o melhor é se manter em atitude balanceada, isto é, não é equilibrada, pois isso pode em algum momento dar ideia de se manter inerte. Todavia temos que estar atentos a todos os movimentos ou alteração de voz; ação descompensada para responder e não para apenas reagir. Reagir pode ser algo impensado, sem análise; quando respondemos tratamos com maior gosto, ponderação e com aguda avaliação sobre o que será tratado.
Em momento oportuno, podemos, então, abordar aquele interlocutor sobre como ele tratou a situação. E assim em um momento presente e com total consciência do presente fazer a seguinte pergunta a ele: como é que você vê essa situação? Como você acha que pode nos auxiliar para que situações assim não se repitam? Você considera que agiu de maneira ética, profissional e respeitosa naquele momento? Recebida essa orientação, prezado, pergunto a você: qual é o feeling nesse caso específico? O feeling é não fazer afirmações inadequadas de que outro errou, de que ele não soube agir, de que o causador de tudo foi o outro, pois quando afirmamos, tendemos a inflamar ainda mais a situação. E, quando fazemos a pergunta certa, trazemos o outro de forma inteligente para o cerne e para a resolução do problema, Isto é, o outro tende a compreender e analisar a situação a partir de seu ponto de vista, mas mesmo assim tendendo a trazer a solução para que aquilo não se repita mais. O objetivo é fazer o outro refletir, pensar, buscar meios de raciocínio de evitar que as mesmas dificuldades se repitam em momentos futuros. Então, pense, qual é a pergunta que você trará à tona sem que possa causar desconforto ou mesmo afirmar que outro está errado para resolver o problema?
Capitão Michael Stephan