O que antes era pastagem, ocupada pela pecuária, aos poucos vai se transformando na casa de centenas de espécies de animais silvestres no município de Jaíba, região norte de Minas Gerais, onde a Vale opera a usina solar Sol do Cerrado. A presença de uma onça-parda com filhote e outros animais como mocó, jaratataca, jaguatirica, gato-do-mato e veado-catingueiro foi registrada nos últimos meses por biólogos da empresa que monitoram uma área de preservação criada próxima ao empreendimento.
Alguns destes animais são endêmicos da Caatinga, ou seja, existem somente neste bioma. Grande parte do terreno está sendo preservado para o retorno da vida selvagem. Foram dedicados 2.700 hectares de extensão, o equivalente a 2,7 mil campos de futebol, para área verde. O empreendimento ocupa uma área menor, equivalente a 1,3 mil campos de futebol.
Na área preservada, foram instaladas cinco armadilhas fotográficas. Os aparelhos são compostos por uma câmera fotográfica e dois sensores para detecção de calor ou movimento. Essas câmeras já ajudaram a registrar mais de 100 espécies, entre aves, mamíferos, anfíbios e répteis. A área é cercada e é proibida a caça, da extração vegetal e geração de fogo (fogueiras, fogareiros), o que tem contribuído para a recomposição da vegetação original.
A Caatinga é um bioma que apresenta clima semiárido, vegetação com poucas folhas e adaptadas para os períodos de secas, além de grande biodiversidade. Atualmente, 25% de todas as espécies do planeta correm risco de extinção nas próximas décadas, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).