Água contaminada por agrotóxicos chega a cidades norte-mineiras; entenda

Foto: Divulgação | Imagem ilustrativa

Testes de qualidade feitos pelo Ministério da Saúde no Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano) e divulgados pelo Repórter Brasil. , revelam que  a água que chega a Paulistas, no Vale do Rio Doce, e Ibertioga, na Zona da Mata mineira, registrou uma alta concentração de agrotóxicos perigosos.

Além das duas cidades, que registraram maior concentração de substâncias tóxicas, os municípios de Claro dos Poções, Alfredo Vasconcelos, Divinópolis, Ibiaí, Mário Campos, Paraisópolis, Pequi, Pintópolis, Rio Piracicaba, Rubim e Várzea da Palma põem Minas Gerais no topo da lista de estados com maior poluição da água.

O alerta de contaminação também é válido para outras 15 cidades brasileiras localizadas em Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Tocantins.

O Sisagua fez, em 2022, mais de 306 mil testes em 2.445 cidades para identificar agrotóxicos na água. Os dados apontam que 55 testes em 28 municípios apontaram agrotóxicos acima dos valores máximos permitidos pelo Ministério da Saúde, o que representa 0,02% do total de amostras analisadas.

O agrotóxico que mais aparece acima do limite é o endrin, substância proibida no Brasil. Na sequência, o aldrin, que também não é permitido no país e é classificado como “provavelmente cancerígeno” pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O Repórter Brasil conversou com o professor de toxicologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Fábio Kummrow, que explica que o aproveitamento de água com alta concentração de substâncias como as que foram mencionadas acima pode aumentar a possibilidade do desenvolvimento de doenças. “O consumo frequente por longos períodos representa sérios riscos, em razão dos efeitos tóxicos crônicos pela exposição durante meses ou anos”, afirmou.

Em nota enviada ao Portal BHAZ, a Copasa, responsável pelo abastecimento de oito das cidades mencionadas no levantamento, informou que “tem como prioridade prezar pelo compromisso de oferecer os melhores serviços aos seus clientes, com o foco não só na quantidade e na regularidade, mas também na qualidade da água distribuída à população”.

A companhia disse que realiza análises frequentes de monitoramento da qualidade de água e garante que “a água tratada e distribuída se encontra dentro dos padrões de potabilidade, não representando quaisquer riscos à saúde das populações atendidas” (leia na íntegra abaixo).

As demais cidades contam com o abastecimento fornecido pela própria prefeitura e não fazem parte da rede da Copasa.

Nota da Copasa na íntegra

A Copasa informa que tem como prioridade prezar pelo compromisso de oferecer os melhores serviços aos seus clientes, com o foco não só na quantidade e na regularidade, mas também na qualidade da água distribuída à população.

E, para isso, somado aos constantes investimentos, está o rigoroso controle de qualidade exercido pela Companhia, que vai desde as análises realizadas no ponto de captação até o constante e frequente monitoramento da qualidade da água que chega aos imóveis dos clientes.

Essas análises têm estrita obediência aos padrões de vigilância sanitária e de potabilidade estabelecidos pela legislação vigente, conforme portaria GM/MS 888/2021 do Ministério da Saúde, e são monitoradas por uma rede laboratorial estruturada, que inclui os laboratórios locais, regionais e também pelo Laboratório Central – este localizado na cidade de Belo Horizonte.

A Copasa reforça que a vigilância e o rigoroso controle da qualidade da água configuram-se como um processo valoroso para a empresa, razão pela qual salienta que a água tratada e distribuída se encontra dentro dos padrões de potabilidade, não representando quaisquer riscos à saúde das populações atendidas.

A Companhia ressalta que o monitoramento é contínuo e eventuais resultados anormais nas análises de qualidade de água dão origem a novas coletas amostrais, com a verificação do histórico geral de qualidade do sistema envolvido e, se necessário, inspeção sanitária para identificar possíveis causas e providências imediatas para a eliminação dessas causas e correção de problemas pontuais constatados.

Transparência

Assim, prezando pela transparência de sua atuação, a Copasa disponibiliza aos órgãos competentes todas as informações de controle da qualidade água, conforme prevê a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG), no que diz respeito ao envio de informações de controle da qualidade da água pelos prestadores de serviço regulados pela Agência.

A Copasa também encaminha periodicamente os dados referentes ao relatório do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua) para a Vigilância Sanitária dos municípios – responsáveis pelo lançamento das informações no portal Sisagua, do Ministério da Saúde, e para as secretarias municipais de saúde, como também divulga as informações relativas à qualidade da água na fatura mensal de serviços e no Relatório Anual da Qualidade da Água, disponibilizado no site www.copasa.com.br.

A empresa segue à disposição de seus clientes e pronta para prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários, inclusive sobre questões relacionadas à qualidade da água.

[Com informações de Portal BHAZ]