Uma família de Angueretá, distrito que pertence à cidade de Curvelo, na região Central de Minas Gerais, busca respostas para a demolição de casas. A ação aconteceu nessa semana, e não teve explicações. Em uma das casas, morava Valdevir Gomes da Silva, de 73 anos, que precisou sair às pressas ao ser surpreendido pelas máquinas. Ele conseguiu pegar apenas um documento de identificação e uma televisão.
O comerciante Ricardo Regis Gonçalves da Silva, 49 anos, filho de Valdevir, contou à uma equipe de reportagem da Itatiaia que o terreno onde estava a casa, que fica na MG-420, próximo ao quilômetro 6, às margens do Rio Paraopeba, é da família há muitos anos. “Há 10 anos construímos uma casinha simples para ele. Tinha três quartos, sala, cozinha, banheiro e uma varanda boa, em um terreno de, aproximadamente, 30 mil metros”, disse.
O idoso morava sozinho no local. No mesmo terreno havia outras três casas, que também foram demolidas, e eram usadas por parentes para aproveitar o fim de semana. “Uma delas é de uma prima que construiu há seis anos. Ela já tinha como planejamento se mudar para o local junto com o marido, quando ele se aposentasse”, completou.
Na última quarta-feira (11/10), funcionários com maquinário pesado chegaram ao local com a ordem de demolir os imóveis. Não se identificaram, apenas começaram a trabalhar.
O senhor estava sozinho e, segundo o filho Ricardo, não teve outra escolha a não ser deixar o local às pressas, “Não deu tempo de tirar nada, não deu tempo dele ligar e pedir ajuda para ninguém. Já chegaram e meteram a máquina em cima. Jogaram a casa no chão sem nenhuma justificativa”, lamentou Ricardo.
Ainda de acordo com Ricardo não existe briga judicial pelo terreno. “Temos todos os documentos, temos a escritura lavrada”, acrescentou. “Meu pai não quer dormir, não quer vir embora para a cidade. Ele viveu na roça a vida toda. Está muito complicado”, lamentou. Enquanto calculam o prejuízo, eles procuraram a polícia e registraram um boletim de ocorrência.
Investigação
A prefeitura de Curvelo informou à Itatiaia, que desconhece o motivo da demolição. Informou, também, que ela não foi pedida pela prefeitura. A administração municipal afirmou em nota que soube do caso com “tristeza e indignação” e disse que entrou em contato com o comando do 42º Batalhão de Polícia Militar, que já está trabalhando no caso em conjunto com a Polícia Civil. “Não trata-se de nenhuma ação pública ou de mandado judicial. A Prefeitura de Curvelo desconhece o motivo e não tem nenhum envolvimento com a demolição”, informou.
Confira a nota da prefeitura:
“Foi com tristeza e indignação que a Prefeitura de Curvelo tomou conhecimento da demolição e da situação vivenciada por um idoso no Distrito de Angueretá. Esclarecemos que a Prefeitura já entrou em contato com o comando do 42º Batalhão de Polícia Militar que já está trabalhando no caso em conjunto com a Polícia Civil. Não trata-se de nenhuma ação pública ou de mandado judicial. A Prefeitura de Curvelo desconhece o motivo e não tem nenhum envolvimento com a demolição. A Prefeitura, por meio dos órgãos de assistência social, está apurando a situação da família para avaliar as medidas de suporte que se fazem necessárias.”
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que “apura o caso e, assim que possível, outras informações serão divulgadas.”
[Com informações de itatiaia.com.br]