No último dia 27 de setembro foi o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Neste sentido a campanha “Transforme-se” busca a conscientização sobre a doação de orgãos, o objetivo é aumentoar o número de doadores. O projeto acontecerá entre os meses de setembro e dezembro e vai contar com uma série de vídeos documentais, em que transplantados contam suas histórias de vida e todo o processo de receber um novo órgão, além de publicações que visam a conscientização.
Atualmente, o país possui 65 mil pessoas na fila de transplante de órgãos, o mais aguardado é o rim, que conta com mais de 36 mil pessoas na fila, seguido pela córnea, com cerca de 25 mil à espera, em seguida vem o fígado, com 2.228 solicitações, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O transplante de medula também tem uma significativa fila, com 650 pessoas, a informação é do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome).
No mês passado, o caso do apresentador Faustão, que recebeu um novo coração, reacendeu a importância deste ato que pode salvar vidas. Quem doa órgãos pode beneficiar e salvar, ao menos, dez vidas. Entre janeiro e junho de 2023, o país registrou 1,9 mil doadores efetivos de órgãos, de acordo com dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). O número é 16% superior ao contabilizado no mesmo período de 2022 e o maior dos últimos 10 anos. O órgão mais doado foi o rim, seguido de fígado e coração. Apesar de o número ter aumentado, no ano passado, mesmo após morte encefálica comprovada, cerca de 42% das famílias não concordaram com a doação, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). A cada milhão de pessoas, menos de 20 são doadoras de órgãos, o que aumenta a fila de espera por um transplante.
Dentre os órgãos que podem ser doados, estão coração, rins, pâncreas, fígado, pulmões e tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). Já os tecidos são os ossos, córnea, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical. Alguns deles podem ser doados ainda em vida, como: um dos rins, metade do pulmão, parte do fígado e a medula. Os outros, apenas com a morte encefálica, que geralmente é resultado de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).
A campanha “Transforme-se” é apoiada por organizações sociais, entre elas o Instituto do Bem, Instituto Gabriel, Associação da Medula Óssea (AMEO) e Associação Brasileira de Transplantados (ABTX), e procura passar a mensagem de que, graças a doação, a vida de outras pessoas pode continuar. O ato é também um lampejo de esperança que renasce para quem está na fila.
Como se tornar um doador de órgãos
Para ser um doador, é importante a pessoa ter boas condições de saúde, realizar por avaliações médicas, ser capaz juridicamente e, principalmente, concordar com a doação. Legalmente, pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos podem ser doadores. No caso de doação para uma pessoa que não seja parente, é preciso conseguir autorização judicial.
Todos podem ser considerados doadores em potencial, independentemente da idade ou histórico médico, o que determinará a possibilidade de transplante e quais os órgãos e tecidos que poderão ser doados é uma avaliação do corpo feita por meio de exames clínicos, de imagem e laboratoriais assim que for confirmada da morte. É de suma importância informar a família o seu desejo de ser doador, uma vez que, no Brasil, o transplante de órgãos só pode ser realizado após autorização familiar.
Para doação de medula óssea, basta procurar o Hemocentro mais próximo, realizar um cadastro no Redome e coletar uma amostra de sangue (10 mL) para exame de tipagem HLA. Quando surgir um receptor compatível, o doador é convidado a realizar a doação, que acontece em centro cirúrgico.
Não podem ser doadores pessoas com diagnóstico de tumores malignos, doença infecciosa grave aguda ou doenças infectocontagiosas, destacando-se o HIV, as hepatites B e C e a doença de Chagas. Também não podem os diagnosticados com insuficiência de múltiplos órgãos, situação que acomete coração, pulmões, fígado, rins, o que impossibilita a doação desses órgãos.