A renegociação de dívidas bancárias na terceira semana de vigência do programa Desenrola Brasil mais que dobrou em relação às duas semanas anteriores e alcançou R$ 5,4 bilhões em volume financeiro, exclusivamente pela Faixa II, grupo que contempla as pessoas com renda mensal igual ou inferior a R$ 20 mil.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (7) pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
De acordo com nota da entidade, o número representa aumento de 116% em relação aos R$ 2,5 bilhões somados nos 15 dias anteriores.
Da mesma forma, o número de contratos de dívidas negociados chegou a 905 mil, mais que duas vezes os 400 mil contratos verificados até o dia 30 de julho. A adesão ao programa irá até o dia 31 de dezembro.
Nesse mesmo período, apenas as instituições financeiras desnegativaram cerca de 4,8 milhões de registros de clientes que tinham dívidas bancárias de até R$ 100. Até a segunda semana do Desenrola, o registro era de 3,5 milhões de registros baixados.
Esse balanço não inclui baixas de registros de outros credores não bancários.
“Essa adesão expressiva da população ao Desenrola comprova o interesse da sociedade e das famílias brasileiras em regularizar sua situação econômica e o acerto desta ação do governo e dos bancos”, avalia o presidente da Febraban, Isaac Sidney, em nota à imprensa.
Como o Desenrola funciona
A primeira fase programa Desenrola Brasil começou no dia 17 de julho com a intenção de beneficiar até 70 milhões de endividados e com o nome negativado em serviços de proteção ao crédito por meio da renegociação de dívidas, como o Serasa ou Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
O programa estava previsto para começar em setembro, mas o governo federal decidiu antecipar as renegociações para os devedores com renda de até R$ 20 mil.
Com isso, governo começou a atender os beneficiados na nomeada Faixa II, considerada a primeira fase do Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas.
Na primeira fase, o Desenrola atende os beneficiados que se encaixam na Faixa II do programa.
O atendimento a este grupo é destinado para renegociação de dívidas bancárias. As dívidas poderão ser pagas em até 12 parcelas.
Para renegociar suas dívidas, os devedores precisarão entrar em contato diretamente com os bancos, seja presencialmente ou por canais da própria instituição. O aplicativo do programa ainda não poderá ser utilizado para negociações.
Com o intuito de não estimular novas dívidas, o governo anunciou que só serão contempladas no programa dívidas inscritas até 31 de dezembro de 2022.
A Fazenda projeta que serão beneficiadas cerca de 30 milhões de pessoas nesta etapa.
A partir de setembro o programa vai começar por completo. O Desenrola vai lançar um aplicativo e passará a contemplar os beneficiados na Faixa I.
O governo estima que, no total, o programa pode atender até 70 milhões de pessoas.
Nessa etapa, serão atendidas pessoas inadimplentes que possuam renda mensal de até dois salários mínimos – R$ 2.640 – ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
Poderão ser negociadas dívidas de até R$ 5 mil, incluindo passivos com setor de serviços, como contas de luz e dívidas com varejo.
Para participar dessa etapa do programa, é necessário que o devedor tenha cadastro no GOV.BR, plataforma do governo destinada para acessar serviços públicos digitais.
O registro pode ser realizado diretamente no portal do Governo Federal.
[Com informações de CNN BRASIL]