Guiarei vocês num percurso por Salinas ao sabor da natureza, da história e das recordações dos tempos dos engenhos, das tendas de farinha, dos casarões e das boas cachaças.
Veem estes montes, rios barragens, igrejas, museu, mercado, orla do Rio, centro cultural, árvores de flores diversas que povoam as ruas por toda a cidade?
É um cenário típico de Salinas.
Mas se começo a falar destas coisas que adoro nunca mais me calo ou paro de escrever.
Esta coluna-percurso por Salinas é emocional, feita ao sabor das ruas que já foram de pedras e das recordações.
Paramos no Museu da Cachaça, um centro histórico da cidade.
O interior diverso e colorido voltado para nossa história convidam à contemplação, a vista para o passado é deslumbrante.
Logo após descemos a ladeira do São Geraldo e chegamos na ponte sobre o Rio Salinas.
Aqui desaguam três rios.
Ao lado tem o Mercado Municipal de Salinas que foi inaugurado em 1972. O espaço é concebido para abrigar vendedores e compradores de produtos da agricultura familiar.
Outro grande espaço está sendo construído ali ao lado, na orla do Rio, hoje a grande avenida para abrigar festas e o Festival da Cachaça.
Fizemos um passeio pelo centro histórico da cidade e passamos no antigo edifício do Cel Idalino Ribeiro, onde está hoje a gestão da cidade.
Circundamos a praça Central, recordo dos tempos de muitas histórias e memórias.
Seguimos viagem para o trevo da BR 251 na entrada da cidade, um lugar de destaque no coração do povo Salinense, com um pórtico que relembra toda nossa história, ao lado do Centro de Convenções e da Rodoviária que leva o nome de Anísio Santiago. Não por razões de amor, mas pela memória da dedicação a uma causa.
Depois seguimos viagem e passamos pela Escola Agrícola, hoje IFNMG, ali era ponto de encontro dos jovens estudantes e apaixonados, e onde além de estudar vinhamos fazer os encontros do movimento estudantil ao qual pertenciamos.
Os movimentos ao que eu pertencia reunia no jardim da Escola, e foram os melhores tempos da juventude de Salinas e de nossa vida.
Continuamos o percurso pela BR, e a atenção agora foca-se numa árvore sagrada, onde deposito parte da minha infancia.
É hora de seguir viagem em direção à Fazenda Havana.
Nesse pequeno percurso voltamos à conversa dos tempos da politica.
Que sonho era esse?
Era uma causa que eu hoje olho à distância. Era nossa intenção de fazer uma Salinas melhor.
Tínhamos um olhar muito ingénuo e o mundo é muito mais complexo e cheio de variáveis que nós não dominamos.
A ideia de uma geração criar uma sociedade nova era algo muito bonito.
Mas foi essa espécie de sentimento que proporcionou uma juventude feliz e preenchida.
Entregamos a uma coisa que era maior do que nós mesmos, era uma coisa generosa e de uma grande narrativa.
Chegamos na Fazenda Havana, um verdadeiro Museu de História Familiar.
Recordo-me de uma história contada por Anísio Santiago, precursor na produção de cachaça na região.
Seu diferencial envolvia um processo de produção secreto de altíssima qualidade, com um longo período de envelhecimento, o que garantiu ao seu produto características únicas.
Muitas histórias cercam o homem por trás de tudo isso. Dizem que ele pagava seus funcionários com garrafas de cachaça, por exemplo. Nada que se possa confirmar, mas uma coisa é certa: ele sabia o que estava fazendo.