A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já votou para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fique inelegível por oito anos. Para eles, Bolsonaro cometeu os crimes de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação públicos.
No momento, o placar está em 4 a 2, mas não pode ser revertido pois só falta o voto de um ministro, o presidente da Corte, Alexandre de Moraes.
A maioria pela condenação foi atingida com o voto da ministra Cármen Lúcia, que abriu a sessão desta sexta-feira (30) acompanhando o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves. Em seguida, o ministro Nunes Marques votou contra a condenação e inelegibilidade de Bolsonaro.
Cármen: ‘Caráter eleitoreiro’
Em seu voto, a ministra, atual vice-presidente do TSE, lembrou que a realização da reunião de Bolsonaro com embaixadores não foi negada nem por sua defesa:
“Não houve negativa de que aquilo tenha acontecido. Nos autos se afirmou muito que não houve defesa eleitoral, o presidente afirmou que houve apenas uma exposição”, disse.
No entanto, a ministra concluiu que o discurso teve “caráter eleitoreiro”. Cármen ressaltou ainda que, de acordo com os autos — documentos e provas que compõem o processo — a reunião foi organizada por Jair Bolsonaro, desrespeitando outros órgãos do Executivo:
“Sequer os órgãos dos Executivos foram respeitados. Perguntado [em depoimento], o ministro Carlos França [então Ministro das Relações Exteriores] disse que não participou. Essa organização se deu por um grupo pequeno ligado ao presidente da República”, concluiu a ministra.
A ação que está em julgamento foi ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) questionando um evento ocorrido em 18 de julho de 2022, no Palácio da Alvorada, quando o então presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, reuniu embaixadores e falou contra o sistema eleitoral e a segurança das urnas eletrônicas.
[Com informações de O TEMPO]