A Polícia Civil realizou nesta quinta-feira (1), a operação Waterfall, de combate a fraudes no sistema de abastecimento de água da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), em Montes Claros.
De acordo com a PC, 52 pessoas são investigadas e vinte e quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Os suspeitos são investigados pelos crimes de inserção de dados falsos no sistema, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e furto de água.
Segundo a Copasa, quatro funcionários da companhia foram alvo da investigação e estão afastados da função pública. O delegado Alberto Tenório, destacou em coletiva na manhã desta quinta-feira (1), que as investigações começaram em agosto de 2022.
“A investigação apontou a existência de um grupo criminoso composto por servidores da Copasa, funcionários de empresa terceirizada e por terceiros. As ordens de serviço eram encaminhadas para uma empresa terceirizada, por meio do qual membros do grupo criminoso colocavam essas ordens como prioritárias para cumprimento e eram executadas de maneira rápida. É um grupo criminoso com atividades bem definidas que insere dados falsos no sistema”, disse.
Ainda conforme a Polícia Civil, foram identificadas mais de 100 imoveis com ligações irregulares e alguns com suspeita de furto de água.
O diretor de Relacionamento da Copasa, Cleyson Jacomini de Sousa, destacou que a ação criminosa resultava no furto de água e desequilíbrio do sistema de abastecimento da cidade.
“O furto de água e as ligações clandestinas trazem para a gente um prejuízo não só financeiro, mas um prejuízo do ponto de vista da operação do sistema como um todo porque estamos projetados para atender a uma determinada demanda e, normalmente, essas ligações clandestinas têm um hábito de consumo excessivo – o que causa todo um desconforto e um distúrbio na nossa prestação de serviço”, explicou.
Cleyson Jacomini disse ainda que o furto de água também impacta o abastecimento de modo geral.
“Montes Claros volta e meia passa por questões mais complexas de abastecimento de água em função da estiagem, então, quando a gente atua efetivamente no combate ao desperdício e às ligações clandestinas, a gente também está possibilitando que essa água seja melhor utilizada e com menos desperdício. Então, é algo que realmente a gente vai de fato ampliar essas ações para todo o Estado para coibir esse crime contra o bem público”, concluiu.
Segundo a Copasa, durante a operação, equipes da companhia em apoio à Polícia Civil emitiram 56 ordens de serviço para substituição de hidrômetros que serão enviados para aferição e verificação de eventual fraude. Além disso, durante a ação foram identificadas duas ligações clandestinas de água que abasteciam o total de cinco imóveis (quatro residências e um estabelecimento comercial) e uma fraude em hidrômetro.
As investigações da Polícia Civil continuam e os materiais apreendidos durante a operação serão periciados.