Coluna vida em sociedade: quem não sabe da vida, como poderá saber da morte?

Viver está ficando cada dia mais raro! Na verdade a vida sempre foi assim – ela sempre foi rara! Ocorre que no momento presente podemos perceber o quão o sopro da vida vem e vai de maneira muito sutil. E para muitos a dor pode ser terrível!

Para os que são cristãos, compreendem que a morte é de fato uma passagem para uma dimensão espiritual! Isso não quer dizer que esses não sintam o quão pode ser trabalhoso viver nesse mundo terreno sem a presença das pessoas amadas.

Contudo há um alívio espiritual de que aquela pessoa estará em uma situação melhor em uma plano superior e que ao final da missão todos se encontrarão. Em uma de suas escritas, Confúcio, filósofo chinês, nos traz a seguinte pergunta “quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte”?

Além disso, alguns repelem qualquer situação que o leve para o mundo espiritual, justamente porque tem medo do fim! E a estrada da vida não nos leva a outro caminho a não ser para viver na eternidade!

Em tempos de pandemia tem sido recorrente refletir o valor de viver! Todavia há os que estão com o coração bater, com a mente em atividade, mas não se colocam em ação para que a vida valha cada vez mais ser vivida! Nossa passagem por esse mundo nos é posta para que possamos evoluir em todas as áreas.

No entanto percebemos que muitos não estão interessados em aprender e nem em se lapidar para uma sobrevida aprimorada. Há um desperdício de vitalidade com imediatismos que destroem o ser humano e sua capacidade de retornar a essência.

Esses parecem ter se adaptado às trevas e nela pretendem permanecer. Não compreenderam que nós somos seres que viemos para vivermos na luz e sermos luz na vida dos outros. Para William Shakespeare, dramaturgo escritor inglês, “os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez”.

Aqueles que não se interessam pelo exercício vital, já estão fadados ao fenecimento. Saber viver é igualmente valorizar cada minuto junto aos que nos importam! Para que outros sejam importantes a nós, também nós temos que nos fazer importantes a eles, seja com caridade, seja com compaixão, seja com a presença ou com outras formas de amor.

Viver é sem dúvida se amar e amar aos que nos rodeiam! O filósofo alemão, Arthur Schopenhauer nos instrui que “quem não tem medo da vida também não tem medo da morte”. E vale lembrar que essas duas jamais se encontrarão.

Então a gestão de nosso tempo para tornar a vida mais pulsante é nossa responsabilidade diária!  Então como nos diz Oscar Wilde, escritor inglês, lembremos mais uma vez que “viver é coisa mais rara do mundo. E a maioria das pessoas não vive, apenas existe”. Afinal, o “chronos” da vitalidade é finito!

Mas é possível qualificar esse tempo ao fazermos o melhor que pudermos enquanto estamos presentes, em saúde e vivos!

(*) Capitão PM – Comandante da 210ª Cia/10º Batalhão PM.