Após fugir para outro estado, suspeito de matar tenente volta a Montes Claros e se apresenta à polícia

O sargento do Corpo de Bombeiros, Anderson Pinheiro Neves, de 38 anos, suspeito de matar um tenente da Corporação, em Montes Claros, se apresentou à Polícia Civil na noite dessa terça-feira (9).

O crime aconteceu na última sexta-feira (5), no bairro Ibituruna. O tenente Rafael Alves Veloso, de 42 anos, foi morto com vários tiros na porta de casa, quando saia para ir ao trabalho. De acordo com o Samu, uma equipe compareceu para prestar socorro, porém a vítima não resistiu e morreu no local.

Uma coletiva foi realizada na manhã desta quarta-feira (10), pela Polícia Civil e Corpo de Bombeiros para informar detalhes do caso.

De acordo com o Delegado de Homicídios,  Bruno Resende, o militar foi encontrado em uma casa no bairro Novo Jaraguá, após advogados procurarem a sede do Corpo de Bombeiros, em Montes Claros, e informar que o suspeito gostaria de se apresentar espontaneamente.

“A partir de ontem, de diligências entabuladas pela Polícia Civil, juntamente com o Corpo de Bombeiros e articulação com a defesa do autor investigado, ele se apresentou, para fim de cumprimento do mandado de prisão temporário. Ele fica inicialmente preso à disposição da justiça, para que a Polícia Civil possa continuar as investigações e diligências necessárias às conclusões deste homicídio”, disse.

Segundo o delegado, inicialmente o suspeito não prestou depoimento por estratégia da defesa, mas informalmente aos investigadores narrou que após o crime fugiu para outro estado e logo após retornou a Montes Claros.

 “O autor alega que após os fatos, ele evadiu para o estado da Bahia, onde deixa a motocicleta e faz o retorno a Montes Claros em um transporte de ônibus, onde ficou homiziado em residência providenciada pela defesa, afim de que pudesse fazer essa interlocução para que se apresentasse a justiça respondendo pelo crime”, acrescentou o delegado.

Anderson Pinheiro Neves confessou informalmente a autoria do crime e disse que havia divergências entre ele e a vítima, supostamente ligadas a questões funcionais, mas para a Polícia Civil, o crime pode ter sido premeditado.

“Preliminarmente o autor confirma para a equipe de homicídios a prática do delito do atentado, entregou a arma de fogo utilizada no crime, narra que teria ido a porta da residência da vítima apenas para conversar e que lá teria tido uma divergência e teria efetuado os disparos de arma de fogo, mas para nós está bem colocado de que ele inicialmente premedita o crime, articula a ida até a residência da vítima , na firme tentativa de cometer o homicídio”, destacou o delegado.

Ainda conforme o delegado, a arma utilizada no crime foi apreendida e Anderson foi encaminhado para a sede  da 11ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP), no bairro Ibituruna. Bruno Resende informou que durante a coletiva que foi solicitado o afastamento do sigilo telefônico do autor. Na noite dessa terça-feira (9) ele entregou voluntariamente o  telefone que será periciado pela policia civil.

“O telefone da vítima que esta sendo analisado para que estabelecer se houve ameaça, conversa em relação a eles e outras circunstâncias, que possam estabelecer critérios efetivos de motivação”, disse Bruno Resende em coletiva.

O comandante do Corpo de Bombeiros Júlio César Toffoli, disse que não houve  nenhum problema registrado entre autor e vítima na corporação.

“Até o momento essas informações que estão circulando nas redes sociais não estão confirmadas. Não há nenhum tipo de problema anterior registrado em nossa corporação. Então, com a prisão do autor na data de ontem, a gente entende que a investigação vai avançar e a partir da audição do indicado a gente vai ter maiores informações e avançar nessa questão da motivação” afirmou.

O oficial disse ainda que  provas estão sendo colhidas e que o militar pode ao final das investigações ser penalizado.

“No primeiro momento estão sendo colhidas todas as provas, ao final deste inquérito serão desmembrados, a questão administrativa e criminal. Na esfera administrativa ele pode ser sancionada com a pena maior, que é a demissão, mas isso vai depender do andamento das investigações e das provas que estão sendo colhidas no inquerito”, finalizou.

No momento, o suspeito está preso no 10º Batalhão da Polícia Militar. Segundo a PC, ele vai prestar depoimento a partir de uma articulação com a defesa, pois legalmente ele tem direito de ser ouvido, ao  ao final da produção de todas as provas e elementos de convicção do inquérito.

Entenda o Caso

O tenente do Corpo de Bombeiros, Rafael Alves Veloso, de 42 anos,  foi morto por pelo menos quatro tiros na manhã da última sexta-feira (5), no bairro Ibitutuna, em Montes Claros.

De acordo com o Samu, uma equipe foi até o local para prestar socorro, porém a vítima não resistiu e morreu no local. A perícia da Polícia Civil esteve no local e após os trabalhos de praxe, liberou o corpo para o Instituto Médico Legal.

 “Com pesar, comunicamos que, na manhã desta sexta-feira (05), na cidade de Montes Claros, o tenente Rafael Alves Veloso, de 42 anos, foi alvejado por disparos de arma de fogo enquanto saía para o trabalho. O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais se solidariza e presta apoio à família, além de seguir acompanhando as investigações sobre as circunstâncias do crime em conjunto com as Polícias Civil e Militar”, disse em nota o Corpo de Bombeiros.

O militar trabalhou em Belo Horizonte, Pirapora, Varginha, Poços de Caldas e Janaúba. Atualmente, ele estava lotado no 7º BBM, com sede em Montes Claros.