Desde criança ouço isso da boca dos educadores.
Em suas tocantes palavras, os meus professores dividiram comigo suas experiências para refletir, junto a nós alunos, como a educação é transformadora.
Cada palavra que saia da boca deles me deixava fascinado.
Um dia irmã Natividade falou de Fernando Pessoa e a busca pelo conhecimento eu fiquei sem chão, me identifiquei.
Sempre ouço que a grande falha dos gestores salinenses foi não investir na educação superior no nosso município.
As vozes do povo estão sempre presentes nos meus livros.
Há inspiração vinda das pessoas, e é como trazer a cultura do povo Salinense para minha escrita.
O que vem para dentro da minha escrita vai entrando sem pedir licença e transformando em realidade.
São influências de escritores, de músicos, pintores e, sobretudo, de gente anônima que cruza comigo nas ruas e me sugere espantos perante aquilo que parecia rotina.
Os salinenses, tal como os brasileiros, são grandes produtores de histórias.
A oralidade é absolutamente dominante na sociedade salinense: as pessoas sabem que vivem nas histórias que coletivamente vão criando.
Todos os dias regresso para casa com um manancial de ideias e sugestões que alimentam a escrita.
Porque as pessoas falam sem medo e isso é uma fonte infinita de criatividade.
A minha história só importa se nela se inscrever a história de um tempo de um povo e de um lugar, as histórias de gente anônima, se a vida só minha for trocada, a todo o momento, com as vidas dos outros.
Estou lendo uma notícia que me deixa feliz: o município de Salinas está viabilizando junto ao Governo de Minas investimento no vlr de R$ 11 milhões na construção no novo campus da Universidade de Montes Claros (Unimontes) no município de Salinas.
A unidade educacional, que terá área construída de 3.400 metros m² em um terreno de 14 mil m², terá a injeção de recursos para a agilização das obras, que começarão ainda neste semestre.
Está foi uma reinvindicação histórica do povo Salinense. Parece que agora vai realizar este sonho do povo que tanto ouvi nas ruas e fazem parte das minhas histórias, e que os gestores do passado não ouviram.