Um homem sem estrutura familiar, social e espiritual é um ser vazio, pronto para cometer todo tipo de maldade no mundo! Parece exagero? Não é! Ao encerrarmos a frase que inicia este texto, consignamos uma conclusão sistemática e muito perigosa! Pois o que é a ação humana, senão a expressão de princípios e valores sociais? Constatamos de imediato que sempre houve o delito e a crueldade em toda história da sociedade atual e antepassada.
E muitas das ações humanas condenadas socialmente se dão pelo que se absorve, percebe e se propaga. Para Fiódor Dostoiévski, um dos grandes escritores e pensadores russos, “o criminoso, no momento em que pratica o seu crime, é sempre um doente”. De certo que por várias fases já retratadas da humanidade houve estudos que indagaram veementemente a origem da perversidade humana. Sigmund Freud, médico e psicólogo austríaco, a respeito do tema nos afirma que “a tolerância para com o mal não é de maneira alguma um corolário do conhecimento”.
De fato existem alguns mecanismos de controle social que contribuem profundamente para a formação do homem e de sua lida no meio social. É claro que sempre haverá motivos diversos a que um infrator atribuirá como causa do cometimento de um crime.
Enquanto Sócrates (469-399 a.C.) defendeu que a instrução e a formação de caráter possibilitaria reabilitar os criminosos, para prevenir a reincidência, Platão, que fora seu discípulo, (428-347 a.C.) inclinou-se sobre os fatores políticos, económicos e sociais que poderiam potenciar a criminalidade, e elegeu a ignorância, a miséria e a cobiça como causas determinantes da ocorrência do crime.
Nesse alinhamento ainda verificamos que na atualidade indubitavelmente há estruturas que permitem ao homem uma formação voltada a uma atuação cautelosa e arrojada. Poderíamos dizer ainda que a família, a escola e a igreja são instituições clássicas de tamanha relevância para que a sociedade possa se desenvolver calcada em um ambiente harmônico e voltada à projeção da ordem social.
No entanto temos testemunhado que outros aspectos sociais tem tentado enfraquecer essas egrégias instituições basilares. E é nesse viés que todos nós cidadãos, pessoas responsáveis, conscientes de sua função, temos que interferir incisivamente para que os valores espirituais, de conhecimento formal e social não se percam e se evaporem perante novas ideias meteóricas que prometem ser revolucionárias perante a tudo o que já fora construído em toda a história da humanidade.
Façamos com que pais e mães saibam realmente o seu espaço e ajam para formar cidadãos de bem; que as escolas sejam o berço do saber, a base da ciência e da formação humana e profissional. E mais ainda, que a ciência espiritual esteja sempre caminhando ao lado de todos os nossos filhos para que eles saibam agir e reagir a todo o tipo de barbaridade. E só irá operar assim aquele que verdadeiramente não estiver alienado, todavia credenciado a fortalecer o bem maior que é a vida.
(*)Capitão PM/Comandante da 210ª Cia