Na manhã desta quinta-feira (9/2), um homem foi preso em flagrante pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) por estupro, em Montes Claros, região Norte do estado. A vítima, uma mulher trans, de 27 anos, acionou a polícia e denunciou o suspeito pelo crime, o qual ela conseguiu filmar.
De acordo com relato da vítima, ela teria contratado em um estabelecimento comercial da cidade o serviço de reparo de bomba de aquário, sendo atendida em domicílio por um funcionário da empresa. O homem chegou à casa da mulher, por volta das 19h, e, ao avaliar o aparelho, alegou que o trabalho não estava adequado e precisaria retornar mais tarde com um novo equipamento. Ao final da visita, conforme relatou a vítima, o investigado elogiou seu corpo, causando-lhe constrangimento. Incomodada, a mulher contou o ocorrido para uma amiga, que a aconselhou filmar o novo atendimento combinado pelo funcionário.
A Polícia Civil disse que por volta das 21h, após contato, o suspeito retornou até a casa da vítima para concluir o trabalho e, na saída, próximo à porta, ele puxou a mulher pelos cabelos e a conduziu para a sala, onde cometeu o estupro. “Ele apertou e puxou o meu cabelo, e ainda me agrediu com um tapa no rosto. Quando eu tentava sair, ele me puxava com violência extrema e me dizia que era aquilo que eu gostava”, relatou a vítima.
Ainda segundo a mulher, no momento do crime, a filha estava dormindo no quarto ao lado, motivo pelo qual ela não ofereceu resistência nem pediu socorro, receosa de acordar a criança.
Prisão
O suspeito foi localizado, oportunidade em que admitiu ter realizado a manutenção no aquário da vítima, porém, negou o estupro e disse que tudo ocorreu de forma consensual.
A delegada Kenya Ferrari, que coordena a investigação, afirmou que foram realizados exames periciais para a identificação da presença de vestígios que comprovem o crime. “A perícia foi acionada e compareceu ao local, iniciando de imediato a análise das evidências, recolhendo as vestes da vítima e o preservativo usado pelo suspeito”, completou Kenya.
Na noite dessa quinta-feira (09/02) a vítima postou um vídeo nas redes sociais relatando que foi vítima do abuso e assim que procurou o hospital referência em atendimentos em situações como a dela não teve o devido acolhimento tendo que esperar por muito tempo para receber atendimento.
No vídeo em legenda ela relata que foi atendida por uma acadêmica que deixou claro em laudo que não era capacitada para atender tal caso.
A mulher diz ainda que não foi feito exame de corpo de delito e assim que foi encaminhada para um legista da PC e o hospital tomou conhecimento do que estava acontecendo ligou para ela e houve um tratamento totalmente diferente.
Diante dos fatos o Portal Webterra procurou a assessoria de comunicação do Hospital Universitário Clemente Faria que nos encaminhou a seguinte nota:
O Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF) esclarece que, desde 2003, é referência para os atendimentos de pessoas em situação de violência, sobretudo para os casos que envolvem violência sexual. Trata-se de um atendimento multidisciplinar que oferta, além de atendimento clínico, medicamentos, exames, coleta de vestígios, dentre outros.
Nosso atendimento pauta-se através de protocolos institucionais em conformidade com as diretrizes do Ministério da Saúde e legislações estadual e municipal relacionadas ao tema.
Prezamos sempre por uma assistência humanizada e de qualidade aos que nos procuram, mesmo face às adversidades encontradas.
No tocante aos fatos relatados pela paciente em questão, será feita a devida apuração relativa ao cumprimento do protocolo, visando a tomada das providências que forem necessárias.
Ressaltamos que nosso Hospital dispõe de um setor de Ouvidoria, que pode e deve ser acionado pelos usuários, sempre que tiverem sugestões, elogios e reclamações acerca do nosso atendimento.
O HUCF manifesta solidariedade com todas as pessoas vítimas de qualquer tipo de violência, assegurando a elas a acolhida e o atendimento humanizado e adequado.