O Brasil perdeu o seu bônus demográfico, o momento foi consumido por crise fiscal, baixa taxa de investimento, baixa competitividade internacional, falta de estrutura, imaturidade política e até mesmo o complexo de vira-lata. E a perda do ponto alto do bônus demográfico é um problema gigantesco. Lembrando que todos os países desenvolvidos ficaram ricos antes de ficarem velhos.
A janela bonançosa, isto é, a fase favorável para o crescimento econômico ficou aberta entre 1981 e 2018, exatamente quando o Brasil passou por sérias crises econômicas e políticas.
O bônus demográfico já ficou para trás. Com o número da população ativa em queda, o crescimento brasileiro só será possível pelo aumento da produtividade. O aumento da produtividade exigirá um conjunto de ações que incluem a melhora da educação básica, o aumento dos investimentos em infraestrutura e em tecnologia, a racionalização do sistema tributário e a maior eficiência do setor público. A agenda da produtividade não pode continuar sendo deixada de lado.
A população brasileira envelhece a passos largos, com a pressa típica dos mais jovens. Hoje, dez a cada cem brasileiros possuem mais de 65 anos. Até 2060, um terço da população será idosa. O percentual de brasileiros com idade superior a 80 anos subirá dos atuais 2% para 8% da população. Em um espaço de tempo relativamente curto, o Brasil passará a ter uma estrutura demográfica similar ao do Japão atual, com várias diferenças, e uma delas é que os japoneses ficaram ricos antes de ficarem velhos.
Mas o que é mesmo, bônus demográfico?
Neste caso, é quando o país tem maior número de pessoas com idade economicamente ativa em comparação com a população inativa (idosos e crianças).