Montes Claros apresenta queda de 10% nos registros de ocorrências envolvendo vítimas femininas no primeiro semestre de 2023, comparado ao mesmo período de 2022.
As informações são do Relatório Criminal – Violência Doméstica em Montes Claros da Polícia Civil, que de 01 a 25 de janeiro de 2023 registrou um total de 196 denúncias na cidade. Uma queda em relação ao mesmo período de 2022, onde constaram 218 casos.
Infelizmente, a violência contra a mulher ainda é um problema frequente que percorre no mundo. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada dois minutos, uma mulher é vítima de violência doméstica no Brasil. Apesar de serem cada vez menos aceitas socialmente, suas formas brandas permanecem e se expressam de várias maneiras. De acordo com a Lei Maria da Penha, existem cinco tipos de violência que podem ser praticados contra a mulher. São eles:
Violência física: é a agressão física, o atentado contra a integridade física, podendo ou não resultar em lesão corporal.
Violência psicológica: ações que causem danos psicológicos à mulher, como ameaças, chantagem, humilhação, perseguição, controle etc.
Violência sexual: é o ato praticado por qualquer homem que: obrigue e coaja mulheres a participarem ou presenciarem relações sexuais; pratique assédio sexual; impeça a mulher de usar contraceptivos; retire o preservativo durante o ato sexual sem que a mulher perceba; induza uma mulher a praticar aborto sem que seja da vontade dela; exponha e divulgue imagens íntimas da mulher; e explore a mulher sexualmente por meio da prostituição.
Violência moral: quando a imagem da mulher é atacada, por sua condição de mulher, por meio de calúnia e difamação.
Violência patrimonial: quando a mulher tem seus bens restringidos, subtraídos ou controlados pelo homem, retirando-se dela a liberdade financeira.
Ainda de acordo com informações descriminadas na Lei, as consequências desses tipos de violência são tão prejudiciais às vítimas, que podem levá-las até a morte.
Segundo a titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Montes Claros, Karine Maia, para a queda desses números permanecer é importante às mulheres não aceitarem qualquer tipo de violência e as orientam como agir.
“Eu quero alertar as mulheres para não admitir a violência, seja qual for o tipo, desde a psicológica que tende a aumentar muito quando se vive em um relacionamento violento, não respeitoso até às mais graves. Mulheres, não vale a pena permanecer em uma relação assim, as consequências são gravíssimas não só para a vítima, mas para toda a família. Então o melhor caminho é denunciar e pedir ajuda. Por mais difícil que seja saia da zona de conforto e enfrente as dificuldades que surgir”, orienta a delegada.
Em Minas Gerais
Em Minas Gerais, a cada dois dias uma mulher morre vítima de violência doméstica. Em 50% dos casos, as mortes foram causadas por facas, tesouras ou canivetes. São crimes cometidos por maridos, namorados, ex-companheiros, entre outros. A partir desses números, uma campanha lançada pelo Governo de Minas nesta quinta-feira (25/1) convoca a população a “botar tudo em pratos limpos” e reforça que “em briga de marido e mulher” se mete a colher sim. As peças publicitárias estão sendo exibidas em emissoras de rádios e TVs e nas redes sociais.
No Brasil
Em todo o Brasil, somente em 2021, 3.878 mulheres foram vítimas de homicídio. Os casos registrados como feminicídio, que é quando a vítima é assassinada pelo fato de ser mulher, chegaram a 1.341, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. De acordo com um relatório da Polícia Civil de Minas Gerais, 155 mulheres foram vítimas de feminicídio naquele ano. Em 2022, foram 163, além de outras 195 tentativas de feminicídio.
Disque Denúncia
Para coibir a violência contra a mulher, impedir que essas mortes ocorram e garantir que os agressores sejam presos, a campanha do Governo de Minas reforça que é possível denunciar pelo telefone 181. O Disque Denúncia é coordenado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e completou 15 anos em 2022.