Quem nunca sentiu uma dor de cabeça e já foi correndo tomar aquele medicamento que tem costume e já guardado em casa? Com certeza, todo mundo, não é mesmo? Essa prática se chama “automedicação”, e é muito comum entre os brasileiros. Entretanto, especialistas afirmam que, apesar de parecer inofensiva, pode trazer sérios riscos à saúde.
Na maioria dos casos, quando a pessoa auto se medica, ela deseja obter de forma rápida o alívio para a dor ou sintoma, daquele momento, sem pensar nos riscos que isso traz para a saúde.
Segundo uma pesquisa do Conselho Federal de Farmácia, em parceria com o Instituto Datafolha, 77% dos brasileiros têm o hábito de se automedicar. Quase metade dos entrevistados se automedica pelo menos uma vez por mês, e um quarto o faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana. A alerta é que, existem substâncias presentes nos medicamentos podem ter reações inesperadas pelas pessoas, que acarretam em drásticas consequências ao organismo.
O Ministério da Saúde aponta que os principais medicamentos utilizados na automedicação são os anti-inflamatórios e os analgésicos, para alívio de dor e febre. Apesar de comuns, tais sintomas podem indicar uma série de problemas de saúde, inclusive dengue, zica e COVID-19, que podem ser mais sérios do que uma gripe.
ACESSO A INFORMAÇÃO
Um fator que pode contribuir para essa prática é o acesso às informações na palma da mão. Atualmente, 5 bilhões de pessoas acessam diariamente a internet no mundo e procuram respostas sobre várias doenças.
“É sabido que a internet possui muitas inverdades para diversos assuntos, sendo esse o principal risco a que se expõe a pessoa que procura orientação no “Dr. Google” ou até mesmo em sites especializados, porém, a coleta e interpretação das informações não serão eficazes como as feitas por profissional médico”, adverte o Intensivista Coordenador de UTI, Dr. Gustavo Eder Sales.
Como principal risco da utilização de tais informações, o paciente pode desenvolver intoxicações, prejudicar diagnósticos e ainda lesionar órgãos, pelo uso indevido de medicamentos.
“Como exemplo, cito um fato ocorrido na UTI do nosso hospital. O paciente apresentava um quadro de cefaleia (dor de cabeça) e se medicava em domicílio por meio de “dicas” adquiridas na internet e outras fontes. Após dois ou três dias de automedicação procurou o hospital, pois, não apresentava melhora do quadro e, pior, havia evoluído. Foi então diagnosticado com meningite bacteriana, insuficiência renal aguda e outras patologias que culminaram com o óbito em menos de 24 horas de internação. Se este paciente procurasse atendimento médico no início dos sintomas, fosse diagnosticado e medicado adequadamente, certamente teria sua vida salva”, desabafa o Dr. Sales.
OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO
A automedicação é definida como a seleção e uso de medicamentos sem recomendação. Veja riscos da prática:
Auto diagnóstico incorreto
Atrasos na busca de aconselhamento médico quando necessário
Reações adversas que podem ser graves
Reações alérgicas
Interações perigosas entre diferentes medicamentos
Uso da dosagem incorreta
Escolha incorreta do medicamento
Mascarar uma doença grave
Risco de dependência e abuso
Criar resistência a antibióticos