A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nessa quarta-feira (18), em Montes Claros, um inquérito policial instaurado, que apurou o crime de tentativa de feminicídio contra uma jovem, de 20 anos, em Montes Claros. O crime aconteceu no dia 11 de janeiro deste ano, no bairro Santo Inácio.
O suspeito, de 31 anos, foi indiciado pelos crimes de tentativa de feminicídio e tentativa de homicídio contra o ex-sogro e o filho, de 2 anos. O autor sofrerá um aumento na pena, pois o crime foi cometido na frente do filho.
Em coletiva na manhã desta quinta-feira (19), a delegada Monique Morais Bicalho, destacou que na manhã do crime, o suspeito já havia agredido a vítima.
“No dia 11 de janeiro na parte da manhã, o autor e a vítima foram até um posto da UAI, a fim de registrarem o filho e emitirem a carteira de identidade. Após saírem do local juntos, a vítima com muita resistência entrou no veiculo do autor e os dois começaram uma discursão verbal. Na altura da avenida São Judas Tadeu, o autor passou a agredi-la, impedindo a vítima de sair do veiculo. A mulher em um ato de desespero, arremessou a criança para fora do carro, e entregou para uma pessoa que passava pelo local. O autor continuou agredi-la com socos e chutes”, destacou.
A delegada disse que a testemunha que passava pelo local, acionou a Polícia Militar e prestou socorro para a vítima que conseguiu sair do carro e se refugiou em uma casa próxima.
Monique Morais, disse que o crime foi premeditado. De acordo com a investigação da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, o autor tentou adquirir uma arma dias antes do crime.
“Fizemos um levantamento que há dois dias antes do cometimento do crime, o autor tentou adquirir uma arma calibre 32, que foi utilizada na ação criminosa. Conseguimos levantar que cerca de uma semana, o suspeito começou a demitir funcionários do estabelecimento comercial, retirou o cofre que tinha uma quantia vultosa em dinheiro para poder provavelmente cometer o crime e se livrar de alguma pendencia”, disse.
Relacionamento
A delegada relatou que as investigações apontaram que o autor, de 31 anos, era ciumento e possessivo com a vítima. Segundo a delegada, não havia histórico de registro de ocorrência entre os envolvidos.
“Aparentemente ele não era uma pessoa agressiva, mas era muito ciumento e possessivo. Proibia a vítima de estudar e frequentar lugares que ela gostava de ir. Não havia histórico de registro de ocorrência e violência entre os dois. Ela nunca registrou uma ocorrência anterior e nem requerido junto à polícia civil, as medidas protetivas.”
A Polícia Civil acredita que após o crime, o suspeito em um ato de desespero saltou do terceiro andar da residência na tentativa de tirar a própria vida. O suspeito ainda não foi ouvido pela polícia.
“O presídio de Montes Claros informa que, ele ainda encontra-se um pouco debilitado, sobre efeito de medicamentos, o que impossibilita a realização da oitiva dele. Já a vítima ficou com o projéctil alojado próximo a medula, sofreu procedimento cirúrgico de traqueostomia e apresenta dificuldade na fala, mas já se recupera”, falou a delegada.
Entenda o Caso
Uma mulher, de 20 anos, foi baleada no pescoço pelo ex – companheiro no dia 11 de janeiro de 2023, no bairro Santo Inácio, em Montes Claros.
Ela foi atingida com um tiro após o homem derrubar o portão da casa dos pais dela com um carro. O suspeito se jogou da parte de cima da casa, em uma altura de aproximadamente sete metros após atirar contra a vítima e o pai dela.
Segundo a Polícia Militar, no mesmo dia, a vítima já tinha sido agredida. A ocorrência aconteceu na manhã, quando o autor encontrou a mulher foram até um posto da UAI, a fim de registrarem o filho e emitirem a carteira de identidade. Os militares fizeram um monitoramento próximo a residência da vítima, mas após a viatura sair, o suspeito voltou e atirou contra a mulher.
Quando a PM chegou no local, a vítima já tinha sido socorrida e levada consciente pelos familiares para o Hospital Santa Casa. O autor foi encontrado caído no chão e também foi encaminhado ao hospital pelos policiais.
A mulher relatou aos militares que manteve um relacionamento com o homem durante seis anos, mas se separou há seis meses. Segundo a vítima, o autor não aceitava o fim do relacionamento.
