Casos de raiva em morcegos acendem alerta em Montes Claros

Um novo caso de morcego infectado com o vírus da raiva foi confirmado pela Prefeitura de Montes Claros, através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria de Saúde, no final dessa quarta-feira (11). A divulgação veio nesta manhã (13), segundo o CCZ, o animal foi encontrado na região dos bairros Vila Anália e Novo Delfino. Este é o primeiro caso da doença em morcego confirmada neste ano de 2023, na cidade.

Em 2022, foi realizado um levantamento de todos os Quirópteros recolhidos pelo CCZ de Montes Claros, os casos foram enviados para análise em Belo Horizonte, destes 10 foram testados como positivo, sendo nos bairros: Vera Cruz, Delfino Magalhães, Roxo Verde, Vila Guilhermina, Lourdes, Vila Brasília, Morrinhos, São José, Vila Anália, Alcides Rabelo. Já os casos testados positivos na zona rural no município, no mesmo ano, foi 01, na comunidade de Santa Bárbara.

A médica veterinária do CCZ, Vanessa Ferreira da Silva, explica como é o quadro clínico da raiva em animais e conta que, na fase avançada o infectado apresentará paralisia, começando pela musculatura da cabeça e do pescoço em seguida, morte.

Nos cães o período de incubação é, em geral, de 15 dias. Na fase inicial os animais apresentam mudança de comportamento, escondem-se em locais escuros ou mostram uma agitação inusitada. Após 1 a 3 dias, ficam acentuados os sintomas de excitação. O cão se torna agressivo, com tendência a morder objetos, outros animais, o homem, inclusive o seu tutor, e morde-se a si mesmo, muitas vezes provocando graves ferimentos. A salivação torna-se abundante, uma vez que o animal é incapaz de deglutir sua saliva, em virtude da paralisia dos músculos da deglutição”, diz a médica.

A DOENÇA

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite (inflamação no cérebro) progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo Vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae. Considerada um problema de saúde pública, a raiva é transmitida pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A infecção também ocorre por arranhões ou lambida desses animais. Atualmente, os morcegos hematófogos, que se alimentam de sangue, estão associados à maior parcela de casos de raiva em humanos.

Além de cães e gatos, também há registro de transmissão por raposas e primatas.

Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de 2 a 10 dias. Nesse período, o paciente apresenta, mal-estar geral, leve aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude, sensação de angústia.

Os pacientes também podem apresentar aumento no tamanho dos linfonodos, que são os gânglios do sistema linfático, aumento da sensibilidade e dormência em locais próximos ao contato com o animal infectado, além de alterações de comportamento.

 

ORIENTAÇÕES À POPULAÇÃO

– Os morcegos são animais de hábitos noturnos. Quando encontrados caídos ou voando durante o dia, podem estar doentes, com o vírus da raiva.

– Se encontrar um morcego com hábitos incomuns a indicação é isolar o local onde o animal foi encontrado ou prendê-lo com um balde, caixa ou recipiente seguro, e entrar em contato imediatamente com a Secretaria Municipal de Saúde.

– Qualquer espécie de morcego pode transmitir o vírus da raiva, não apenas o hematófago.

– É importante a vacinação anual contra raiva de cães e gatos, mesmo para animais idosos e que não tenham acesso às ruas.

– Evite tocar em qualquer morcego, vivo ou morto.

– O contato direto com morcegos por toque, arranhões ou mordidas é grave. Caso isso aconteça, procure a unidade de saúde mais próxima.

– No contato com morcego (lambedura, mordedura ou arranhão), ou no caso de acordar com o animal caído dentro do quarto, procure o serviço de Saúde para avaliação do caso.

AÇÕES DE BLOQUEIO CONTRA A RAIVA

São traçadas ações após a confirmação de morcego positivo. É feita a vacinação e revacinação de cães e gatos em um raio de 500 metros ao redor da região onde o morcego foi encontrado. Realiza-se busca ativa de pessoas expostas (pessoas que tiveram contato com o animal doente). É feita também educação em saúde, levando informações a respeito da doença à população. Deve-se usar todos os meios de comunicação disponíveis para que a informação chegue a todos que moram nessa área.

PRÓXIMA AÇÃO EM MOC

Os tutores de cães e gatos que não vacinaram seus animais em 2022 devem levar os bichos para receber a imunização na rua Laudete Dias de Sá, 199 – Vila Anália, entre segunda e sexta-feira, das 7h30 às 16 horas (em frente ao Supermercado Irmãos Rocha).

Leila Santos
Graduada em Jornalismo pela Funorte, Leila tem uma sólida trajetória na comunicação, com vasta experiência em diversos veículos de imprensa. Atualmente, faz parte da equipe do Portal Webterra, onde se destaca pela entrega de informações precisas e relevantes, sempre comprometida com a qualidade e a integridade jornalística.