O Wegovy (semaglutida 2,4mg) foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no último dia 2, como o primeiro medicamento injetável para tratar a obesidade. A liberação ocorreu depois que estudos mostraram que o medicamento é eficaz para baixar o peso corporal em aproximadamente 17% durante um ano. A notícia foi celebrada por especialistas, que reconhecem os riscos da doença para a população. Mas será que o Wegovy pode substituir a cirurgia bariátrica?
Diretora médica da Novo Nordisk, fabricante do Wegovy, Priscilla Mattar explica que os tratamentos são distintos para públicos diferentes. Segundo ela, o Wegovy é indicado para adultos com índice de massa corporal (IMC) acima de 30 (o que caracteriza obesidade) ou 27 (sobrepeso). Contudo, neste caso, apenas para os pacientes que têm pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, como pré-diabetes, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono ou doença cardiovascular.
Já a cirurgia bariátrica tem indicação para pacientes obesos em fase mais avançada. “Hoje ela é mais eficiente, pois promove a redução de peso corporal em aproximadamente 25%”, informou a especialista. O Ministério da Saúde reforça que o procedimento, conhecido como redução do estômago, é para tratar casos de obesidade grave.
Ainda conforme a pasta, a cirurgia bariátrica é recomendada para indivíduos obesos com índice de massa corporal (IMC) acima de 40. No Brasil, o método de bypass é realizado em 70% das cirurgias, sendo o mais praticado no Sistema Único de Saúde (SUS).
Tratamento para sobrepeso
Ainda para auxiliar a perda de peso, está disponível no Brasil o Saxenda, que utiliza a substância liraglutida. O produto, também injetável, é recomendado para os pacientes que têm sobrepeso. Ele, em média, reduz o peso corporal em 9% e tem que ser injetado diariamente. Mas vale ressaltar que todos os medicamentos devem ser usados somente após a recomendação de um médico e atrelados a mudanças de vida, como reeducação alimentar e prática de atividade física.
[Com informações de O TEMPO]