Acho que o que aparece aqui nestas minhas histórias pelo WebTerra, é aquilo que é local e universal ao mesmo tempo, e está presente em meus livros.
Eu gostaria muito que, ao lerem meus livros, a história dos negros e índios se tornasse mais visível.
E se acontecer, por esta via literária, eu fico muito feliz.
Hoje falo da diversidade brasileira formada por indígenas, negros e imigrantes europeus subiu a rampa.
Essa diversidade é o segredo da nossa força, é um jeito de mostrar ao mundo que somos frutos de várias raças.
Junto com cada brasileiro, subiu a rampa toda diversidade cultural do Brasil que é representada pelas inúmeras tradições, manifestações religiosas e artísticas, culinária, crenças e costumes, dos diferentes grupos de indivíduos nas diferentes regiões brasileiras.
Devido à extensão territorial e ao processo de povoamento com povos de diferentes origens, o Brasil é um país com imensa diversidade cultural.
Li no Correio: o Brasil é o país das cores.
Essa característica está na pele dos mais de 200 milhões de brasileiros.
No dia 01 de janeiro, pela primeira vez na história, a incompreendida diversidade, motivadora de injustiças sociais e econômicas, foi rompida.
Ela subiu a rampa do Palácio do Planalto e deu a resposta por milhões aguardada.
A faixa não poderia ser colocada senão por alguém que celebra a vida, a infinita diversidade do seu passado e pluralidade do seu presente. Então, é preciso essa aceitação de que esse outro está dentro de nós.
Como disse Mia- Couto: – “Essas pessoas nem sabem bem como se combinaram histórias, raças, dentro de si mesmos.
E essa mestiçagem é o lugar certo: a aceitação profunda de que o outro existe dentro de nós”.
Provavelmente os brasileiros encontram assistindo esse evento fazendo essa viagem interior, em nossa própria história.
Precisava introduzir no governo uma marca de mudança, de reconhecer a diversidade brasileira.
Dito isso, é preciso dizer também que o Brasil é, sim, um país racista.
As posições subalternas da sociedade são, na maioria, ocupadas por negros e indígenas.
Eles são as vítimas preferenciais da pobreza e da violência.
Os brancos, no extremo oposto, dominam o topo da pirâmide social.
Trata-se de uma realidade que começou a ser construída nos primórdios da colonização europeia, quando foram instituídas a escravidão indígena e a negra.
Os indígenas deixariam de ser escravos oficialmente na década de 1750, na Colônia.
Os negros, em 1888, no Império.
Ambos os grupos conseguiram sair da escravidão, mas não puderam ingressar na cidadania plena.
Libertos do cativeiro, não ganharam terra, trabalho ou educação.
Privados historicamente desses instrumentos básicos de ascensão social, os negros e os indígenas até hoje não concorrem em condições de igualdade com os brancos.
É só pesquisar e ver as estatísticas do racismo que compõe as estruturas da sociedade brasileira.
Fonte: Agência Senado