Sem governabilidade não há saúde econômico-financeira, sem saúde econômico-financeira não há que se falar em avanços econômicos, sem avanços não há que se falar em melhorias de políticas públicas, muito menos, ainda, em sua entrega.
A perseguição pela governabilidade, do ponto de vista lógico, que o próximo governo está ciscando, começa de forma tosca. Isso porque, primeiro o governo Lula está buscando enlarguecer a sua bancada no Congresso Nacional.
Sim, isso é necessário, já diziam as velhas raposas da política nacional: “ter uma bancada grande é um problema, ter uma bancada pequena é pior ainda”. É válido, precaução e canja de galinha não fazem mal a ninguém, ainda mais quando o assombroso instituto de processo de impeachment se tornou objeto jurídico comum na política nacional.
Mas a busca cega para a governabilidade puramente sem proposta de governo não é de todo uma boa orientação.
Não seria razoável elaborar propostas e montar um modelo de gestão, contemplando o desenho de uma engenharia de serviços de como o Governo irá funcionar e apresentar aos partidos políticos, ao Congresso Nacional, às diversas instituições brasileiras, as federações industriais, comercias e de serviços, às organizações do agro, dentre outras e apresentar narrativas de cada área de governo – economia, saúde, educação, meio ambiente, esporte, turismo, agronegócios, dentre outros?
É muito comum, governo eleito, desperdiçar o período de transição procurando falhas no orçamento e acaba por ignorar a engenharia dos serviços públicos, aquilo em que exatamente deu bomba no seu concorrente.
Conta fácil: o eleitorado, não importa a margem, rejeitou o serviço do atual mandatário porquê?
Pelo relacionamento, pela não entrega de serviço como a população entende que merece…
É nessa linha de leitura que o próximo governo deveria se debruçar.
Neste diapasão, a busca pela governabilidade bem que poderia começar por uma terminologia muitíssima utilizada em período de campanha eleitoral: DEMOCRACIA, que, em linhas gerais, é o exercício do poder político por parte do povo.
Mas, infelizmente, a coerência administrativa está mais para o fantástico mundo do Bobby do que para a gestão do país.
Mas… e a vontade do povo e a governabilidade?
Essas não precedem aos instrumentos que compõem a governabilidade.