COVID-19: UFMG busca voluntários para 1ª vacina 100% brasileira

O Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da UFMG abriu, nesta quinta-feira (17), o cadastro para quem quiser participar como voluntário dos testes clínicos da primeira vacina 100% brasileira contra a Covid-19.

O cadastro vale para as fases 1 e 2 dos testes da SpiN-Tec MCTI UFMG. Ainda ontem (16), o sistema CEP/Conep aprovou o início dos testes, que já haviam sido autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em outubro.

“Para chegar a essa última etapa, a SpiN-TEC MCTI UFMG passou por várias e criteriosas fases. A última foram os testes em animais, que confirmaram a eficácia e a segurança do imunizante”, esclarece a universidade.

 

FASES DE TESTES

A fase 1 dos testes clínicos em humanos vai reunir 72 voluntários. Os critérios para participar do recrutamento são:

ter idade entre 18 e 85 anos;

ser saudável;

não ter tido Covid-19;

ter recebido as duas doses iniciais da vacina Coronavac e uma dose de reforço da Pfizer (há pelo menos nove meses);

residir em Belo Horizonte durante os 12 meses de estudo;

não estar grávida nem amamentando.

Já a fase 2 contará com 360 voluntários. Confira as regras:

ter idade entre 18 e 85 anos;

ser saudável;

ter recebido as duas doses iniciais da vacina Coronavac ou da Astrazeneca e uma ou duas doses de reforço da Pfizer ou AstraZeneca;

residir em Belo Horizonte durante os 12 meses de estudo;

não estar grávida nem amamentando.

O fato de já ter contraído Covid-19 não impede a pessoa de se habilitar para a segunda fase dos testes.

 

COMO PARTICIPAR DOS TESTES DA VACINA?

Quem quiser ser voluntário nos testes clínicos da vacina desenvolvida pela UFMG deve se cadastrar neste link.

Uma vez inscritos, os interessados passarão por uma triagem para a seleção de voluntários e serão submetidos a avaliações clínicas e laboratoriais, conduzidas pelo CTVacinas e pela Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac), instalada na Faculdade de Medicina da UFMG.

 

E DEPOIS?

O professor Helton Santiago, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e coordenador dos testes clínicos da vacina, explica os passos que vêm após o voluntário ser selecionado para os testes da vacina.

“Se a pessoa for elegível para o estudo, será convidada a receber a vacina SpiN-TEC MCTI UFMG. Ela comparece para a vacinação no dia marcado, faz os procedimentos e fica em observação por até uma hora. Depois, já está liberada para ir para casa. Faremos o monitoramento ao longo de 12 meses”, detalha.

A equipe que executa os testes clínicos fará ligações periódicas para os voluntários para saber como estão se sentindo. Os voluntários também farão sete visitas programadas à UPqVac – onde a dose será aplicada – uma semana após a aplicação e, na sequência, no período de duas semanas, 28 dias, 90 dias,180 dias, 270 dias e 360 dias.

“A expectativa, agora, é que a vacina confirme que é segura e imunogênica, fato observado em outras fases. Esperamos que ela induza resposta imunológica nos participantes, assim como induziu nos testes em animais”, reforça o professor.

Após a conclusão das fases 1 e 2 dos testes clínicos, o grupo que desenvolve a vacina enviará os relatórios do estudo e solicitará autorização para a terceira e última etapa dos testes, que reunirá de quatro a cinco mil voluntários.

De acordo com a UFMG, espera-se que a vacina esteja disponível para aplicação em toda a população a partir de 2025.

“Em média, uma vacina demora de 20 a 30 anos para ser desenvolvida. A pandemia abreviou esse processo. Mas continua sendo um desenvolvimento muito rápido, já que os estudos da SpiN-TEC começaram em novembro de 2020”, lembra Helton Santiago. “É um marco para a ciência brasileira”, conclui Santiago.

[Com UFMG]