Já citei aqui nesta coluna, Guimarães Rosa, Mia Couto, hoje vou de Paulo Freire.
“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.” – Paulo Freire.
Tive dúvidas sobre o que escrever nesta quinta feira, novembro de 2022, mas decidi sobre: pacificação , esperança e reconstrução do Brasil.
Acontece que, neste intervalo, apareceu este texto de Paulo Freire que começo esta coluna.
A maioria dos amigos/as desta coluna e quem já nos acompanha a certo tempo, sabe que, na ascensão do bolsonarismo revelou uma divisão ao nosso pais, que já existia desde a colunização.
E como reconstruir e pacificar a nossa nação?
E nesta travessia para a pacificação do país, uso dos versos para ilustrar o texto.
“O problema não é só Bolsonaro,
é também esse Brasil por trás dele que já existia,
e eu não sabia,
e que se revelou”.
Disse Mia Couto, que é necessário realizar um exercício que poderia ser o esquecimento do passado e escrever algo para construir uma outra versão do Brasil para o futuro.
Mas a herança da colonização ainda muito presente em nosso país e isto divide a população em dois Brasis.
Os paradoxos da colonização ainda existem e neste texto vou abordar as agruras da colonização portuguesa.
É que a gente fala da colonização, do fenômeno colonial, como se fosse uma coisa do passado, mas a colonização não foi superada no sentido da relação colonial que se tem com o país ou que ele têm consigo próprio.
Nós vemos no Brasil, que tem 200 anos de independência, como essa herança colonial persiste e se quer reproduzir.
Pode haver uma ruptura ao nível político. O país pensa que tem uma bandeira, tem um hino, mas do ponto de vista da sua relação com o mundo, da sua relação interior, de como as pessoas se definem numa certa hierarquia racial, social, continuam a ter fortemente presente essa herança colonial.
A Frente Ampla Democrática que formou e que representa a democracia, que representa o respeito pelas instituições, pela vida, pode tentar romper um pouco mais com a herança colonial.
Portanto, acho que a escolha agora não é só uma escolha política, mas uma escolha quase de civilização.
Portanto a divisão no Brasil foi causado historicamente desde a colonização pela atividade humana, então a solução está na ação humana.
Falamos a mesma língua, somos personagens da mesma história.
A criação de uma Frente Ampla pela Democracia pelo novo presidente da República, e o encontro com os presidentes da Câmara, do Senado, do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, e a articulação para convidar presidentes e líderes dos partidos, governadores, prefeitos, sindicalistas e empresários para esse pacto nacional cujo objetivo é a pacificação, e o melhor caminho para esta “Travessia” é o cumprimento rigoroso da CF/88.