É difícil saber o que seria do Brasil sem a delicadeza da arte.
Reconheço, a importância da política e da religião para o desenvolvimento do pais, mas reconheço que o Brasil nesta campanha está perdendo muito de sua ingenuidade, sua pureza, sua ternura e, o principal, sua diversidade.
O país rachou ao meio.
Perdendo também a capacidade de conviver com a pluralidade que tão bem faz para a arte e os artistas.
Vejo a expressão do preconceito como herança dos colonizadores.
Sabemos que o Brasil e o mundo estão marcados por guerras, destruição, subjugação de civilizações mais frágeis por povos hegemonicamente superiores.
Marcados por guerras e mortes, logo, nada mais natural — e necessário — que nos raros momentos em que alguma harmonia se faz presente, o gênero humano se esmere por achar a arte, a verdadeira arte como alternativa de alegria e prazer.
A poesia é a arte por excelência.
É traduzir valendo-se de palavras e versos
que conseguem expressar o vigor do sentimento — as emoções que borbulham no mais
delicado toque, rasgando tudo.
É mister traçar estratégias, com a prudência, a fim de não deixar que nada se perca, ou, pelo contrário, permitir-se ser levado pela correnteza do fluxo do pensamento que mistura-se à razão e, finalmente, deságua na ansiada poesia, que nada mais senão a afluência de realidade e do sonho.
A arte no meio dessa guerra, que não haverá vencidos nem vencedores, uma vez que somos todos irmãos, é a beleza da vida acontecendo, como flores nascendo entre pedras no meio do Cerrado.