Algumas experiências mal sucedidas desencadearam um ceticismo altamente prejudicial ao cooperativismo no norte de Minas, modelo de organização de produção ou serviços que funciona em alta rotação em várias outras partes do País, sobretudo na região sul, parte de São Paulo, sul de Minas e agora abre espaço, também, na região central brasileira.
Cada vez mais presentes na sociedade, as cooperativas foram um grande destaque em ranking realizado pela Revista Forbes Brasil, que elegeu as 100 maiores empresas do agronegócio brasileiro, com nada menos que 27 cooperativas agro.
Desta forma, fica claro que as cooperativas do agro ajudaram a puxar os números do PIB municipal, estadual e nacional, onde essas instituições foram organizadas como recomenda o manual.
As cooperativas agro brasileiras não estão para brincadeira. E muito desse sucesso se deve ao crescente investimento em inovação. Segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro de 2021, o país teve 1.173 cooperativas do setor agropecuário em 2020, com mais de 1 milhão de cooperados e 423 mil funcionários.
Mulheres, homens, máquinas… novas técnicas, tecnologias futuristas e organização gerencial tem jogado luz sobre o agro brasileiro e lá está, na primeira fileira, o cooperativismo que tem ajudado o Brasil a se firmar no topo da pauta da alimentação mundial.
Para ilustrar a força do cooperativismo formada por pequenos, médios e grandes produtores em diversas atividades, elencamos algumas marcas de cooperativas muito requisitadas pelos consumidores nas gôndolas dos supermercados do Brasil e do mundo. Veja o quanto as cooperativas se fortaleceram:
– A Copersucar movimentou 38,7 bilhões no ano de 2021. A Coamo teve receitas de 18,86 bilhões no mesmo ano, cooperativa que emprega 8 mil funcionários efetivos e tem 29 mil associados, está presente em 71 municípios e tem 110 unidades espalhadas nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. A Aurora Alimentos movimentou 13,4 bilhões de reais, no ano de 2021, a instituição tem 11 cooperativas associadas com mais de 30 mil funcionários diretos e 10 mil indiretos. A C. Vale movimentou 12,27 bilhões em uma variedade de produtos, entre eles soja, milho, trigo, mandioca, leite, frango, peixe, suínos, amido e rações, a AC. Vales conta com 23 mil associados e 11 mil funcionários espalhados em 156 unidades de negócios. A Lar Cooperativa movimentou 11,28 bilhões de reais em receita no ano de 2021 com suas atividades nos setores de aves, suínos e leite é a entidade do gênero que mais cresce, tem 35,9 mil funcionários e 11,7 mil cooperados no total.
As receitas são generosas, a remuneração dos trabalhos também, a média passa de 3,9 salários per capita mensal.
Os números deixam claro emprego de qualidade e muita renda.
Vale lembrar que o norte de Minas é uma grande indústria a céu aberto, tem mão-de-obra, é forte na agricultura familiar e possui terras altamente produtivas, mas falta definir de fato quais são as atividades competitivas e organizá-las.
Esperar pela instalação da indústria “X” ou “Y”, na região pode não ser a alternativa mais adequada.