A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu na noite desta quarta-feira (10/8) o médico dermatologista Drº Linton Wallis Figueiredo; o médico foi investigado em 2016 por abuso sexual de pacientes. Ele foi preso em Abril de 2016 suspeito de estuprar duas pacientes, de 21 e 23 anos, durante procedimentos estéticos em sua própria clínica. De acordo com a Polícia Civil, o dermatologista escolhia as vítimas mais novas para cometer os crimes.
Em junho do mesmo ano ele teve a sua prisão preventiva revogada e indiciado pela PC por estupro de vulnerável, violação sexual e constrangimento ilegal. A delegada da mulher Drº Karine Maia disse que com a sentença condenatória foram registradas um total de 16 vítimas, mas o homem foi indiciado por 9.
De acordo com a delegada, seis desses foi considerado estupro de vulnerável, onde a paciente estava sedada e o médico praticava ato libidinoso e três estupro mediante fraude, que segundo Karine Maia é quando o autor alega que aquele procedimento é para fins médicos, na intenção apenas de se satisfazer.
“Ele sedava as pacientes com um comprimido chamado Midazolan; elas procuravam a clínica para fazer um procedimento estético de laser e durante a consulta as mulheres eram abusadas sexualmente. O médico ficou em prisão temporária durante esses anos e posteriormente veio a prisão preventiva, e em seguida ficou em liberdade”, disse a delegada.
A Polícia Civil teve depoimentos de várias vítimas, além de provas periciais, exames de corpo de delito e apreensão de computadores com fotos íntimas de várias mulheres que frequentavam aquele consultório. A delegada disse durante entrevista coletiva que a primeira vítima procurou a PC na época dizendo que acordou no outro dia após a sedação sentido ardor nas partes íntimas e percebeu que havia acontecido o rompimento do hímen.
“Para que as vítimas tomassem esse comprimido, o médico alegava que o procedimento era doloroso e com isso eram enganadas e acabava sendo abusadas. Não se comprovou o envolvimento de nem uma outra pessoa, pois o próprio autor confessou que trancava a porta do consultório para realizar os procedimentos, relatou a delegada”.
De acordo com informações da Polícia Civil durante as investigações e o processo a clínica do autor permaneceu aberta, e a prisão foi realizada no consultório que fica no centro de Montes Claros. Ele foi condenado a 51 anos de prisão podendo recorrer a pena.
O que diz a defesa
O advogado do dermatologista disse que é com extrema tristeza e surpresa que recebeu a informação que o seu cliente foi condenado. Segundo ele, uma condenação que foi consubstanciada em provas alheias ao processo.
Ele disse que ao ser procurado pela imprensa foi novamente surpreendido com a informação que hou uma coletiva de imprensa para tratar do caso e ele não ter sido convidado, que é estranho mas compreensível partindo da autoridade policial.
“Autoridade policial que está agindo como ex-participantes de um reality show que após os seus quinze minutos de fama fica tentando criar polêmicas pra continuar em voga, continuar na mídia”, disse Nestor Rodrigues.
A defesa disse ainda que as fotos que a delegada de polícia afirmou em coletiva são fotos comuns nos procedimentos médicos em especiais procedimentos estéticos utilizados por cirurgiões plásticos, dermatologistas para ver a regressão ou a progressão do tratamento médico; e as fotos que foram efetivamente juntadas no processo foram fotos seleccionadas pela delegada porque as outras fotos a delegada indo contrário a determinação legal mandou destruir ordem judicial e queimou provas que poderiam beneficiar o seu cliente.
“Já vamos tomar as medidas judiciais nas instâncias, bem como as medidas administrativas das centenas de abusos de autoridades cometidas por todos os servidores que participaram deste processo”, completou.
Sobre a licença do médico
Durante a coletiva foi falado pela delegado Drº Karine Maia que o consultório médico do dermatologista continou funcionando durante todos esses anos. O Portal Webterra entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina em Montes Claros para saber a situação sobre a cassação do CRM de Linton Wallis. Fomos informados que o responsável por estas informações se encontra em Belo Horizonte em reunião na sede oficial do conselho.