A sapatilha amarela me lembrava um daqueles girassóis de Van Gogh. Passeava com o seu cãozinho. Eu observava de longe aquela existência simplificada. Em sua feliz solidão ela ia plantando passo por passo no chão ainda sereno com o luar da noite. Observava o Rio e o seu silêncio único enquanto suas caducas feridas iam brilhando, o cabelo branco luzia um tipo de sonho com bocas imensas que devorava tudo; inclusive, a própria senhorinha.
Recife 22 de Maio de 2021