No sábado (16), aconteceu em Montes Claros, o Encontro de Lideranças, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), com a presença do pré-candidato a presidência da República, Ciro Gomes; do deputado estadual, Carlos Pimenta; do atual presidente nacional do partido, Carlos Lupi; do deputado federal, Mário Héringer; de Ucho Ribeiro, sobrinho de Darcy Ribeiro, sendo, este, escritor, antropólogo e político montes-clarense, um dos fundadores do PDT e conhecido por seu foco em relação aos indígenas e à educação no país; e do jornalista e pré-candidato a deputado federal, Délio Pinheiro.
O encontro ocorreu no Hotel Dubai, bairro Melo. Para a imprensa, antes de receber apoiadores, Ciro Gomes falou das próximas eleições e do seu desejo de reconciliar o Brasil.
“Vou fazer uma campanha com esforço imenso, com argumentos acertados em números, tentar tirar esse ódio, essas paixões despolitizadas que estão chegando a matar pessoas, como aconteceu, recentemente, nessa tragédia de Foz do Iguaçu”, disse, citando o caso do tesoureiro do PT e guarda municipal Marcelo Arruda, que foi morto, no dia 9 de julho, na cidade paranaense, pelo policial penal federal e bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, enquanto comemorava o seu aniversário com temática petista.
“Vou fazer o máximo que está ao meu alcance e construir um projeto em que a oferta do futuro do Brasil seja partilhada por todas as pessoas”, continou Ciro, que nas eleições de 2018, teve 13.344.366 votos válidos (12,47%).
O pedetista criticou o atual modelo econômico do país e culpou o atual presidente, Jair Bolsonaro, mas afirmou que é algo que vem ocorrendo há alguns governos.
“O modelo econômico que eu tento denunciar, que é a mistura trágica de câmbio e juros, está falido. A grande saída para o Norte de Minas e Montes Claros, para o semiárido e o Nordeste, é sairmos da agricultura primária de subsistência, que no passado até dava para sobreviver, porque os preços das coisas se formavam localmente, mas que não se sustenta mais hoje em dia”, discorreu o também vice-presidente do partido.
Ciro Gomes, que já foi deputado federal pelo Ceará, entre 2007 e 2011, destacou a importância do Norte de Minas ter um represente na Câmara dos Deputados, como o pré-candidato a deputado federal, Délio Pinheiro.
“Mais do que o Norte de Minas, o Brasil precisa do Délio Pinheiro. Nosso projeto precisa dele. Uma voz independente, altiva, preparada, que se dói com a dor do povo. É desses tesouros que a democracia brasileira está produzindo. Eu tenho muita alegria de pedir a todos que não tem um compromisso com algum outro companheiro, que dê uma oportunidade de renovação, representação, elegendo Délio Pinheiro nosso federal”, ressaltou.
Aos apoiadores do partido, Délio Pinheiro, que também é escritor, citou Darcy Ribeiro e enalteceu a importância da leitura.
“Eu fico muito feliz de ter aqui ao meu lado um sobrinho dele [Ucho Ribeiro]. Eu recebi com muito orgulho um convite para fazer parte do movimento cultural Darcy Ribeiro, em Minas Gerais, e eu aceito. É uma honra poder falar de Darcy. O nosso sociólogo, antropólogo e indigenista tinha um sonho: ser coroado imperador do Divino, em Montes Claros, nas tradicionais festas de Agosto. E graças a Deus ele conseguiu, ele teve essa honra”, afirmou, convidando Ciro Gomes a participar das festas do município, que, em 2022, ocorre entre os dias 17 e 21 de agosto.
“Eu inspiro os meus filhos a lerem mais, a estudarem, a separar o lixo, a serem gentis, a não terem preconceitos de nenhuma natureza. A arma da democracia é o conhecimento, são os livros”, salientou.
Defendeu o fim da polarização política no Brasil.
“Vamos acordar desse pesadelo representando pela dicotomia, entre os dois que estão a frente das pesquisas. Estamos aqui, Ciro, para mostrar que você pode contar com Montes Claros, pois aqui você tem amigos que podem empunhar essa sua bandeira”, pontou Délio, natural de Serranópolis de Minas.
E, para finalizar, citou o escritor mineiro, Guimarães Rosa.
‘”Tem horas em que penso que a gente carecia, de repente, de acordar de alguma espécie de encanto’. Está na hora de acordar desse pesadelo”, concluiu o jornalista.