Estudar para ter uma formação acadêmica é o sonho de muitos jovens hoje no Brasil . A expectativa dos muitas vezes, é um misto de sentimentos, principalmente de alcançar objetivos profissionais, desenvolvimento pessoal, muito aprendizado até a realização do sonho do diploma universitário.
Porém para alguns essa trajetória pode ter alguns percalços e situações que não são comuns no dia-a-dia em uma Universidade. A aluna do 9º período do Curso de Direito Fernanda Stefani Dias, de 27 anos, estuda atualmente nas Faculdades Integradas do Norte de Minas- Funorte em contato com o Portal Web Terra fez uma denúncia alegando que está tendo sua bolsa 100% do Programa Universidade para Todos (PROUNI) prejudicada pela instituição e além disso a mulher conta que a direção do seu curso não atendeu seu pedido para realização de algumas avaliações online e ainda ironizou da situação em que Fernanda se encontrava no dia da avaliação.
Denúncia
De acordo com a acadêmica os problemas iniciaram no período passado após o fim da sua licença maternidade, ela disse que um dos primeiros problemas foi quando a instituição passou a lista do Prouni e não avisou os cotistas pois os mesmos devem assinar e ela relata que algumas pessoas perderam o benefício por causa da não sinalização por parte da faculdade. Além disso a acadêmica diz que foi inserido um valor do 1º período para que ela pagasse no 8º que ela nem esperava e com isso teve dificuldade pois mora na estrada da produção em Montes Claros e diante desse processo mesmo tendo conversado com a instituição a bolsa acabou sendo suspensa sem nenhum aviso; neste caso acontece um processo chamado indeferimento e através dele pode vir a perda da bolsa.
“Nesses casos eu não podia pegar nenhuma dependência no curso pois podia perder a bolsa e acabou que peguei, pois tenho um bebê e entrei com a tratativa de solicitação especial para que eu não precisasse comparecer pelo risco de pegar covid e passar para o meu filho, só que eles me forçaram a ir na semana de provas dizendo que não podia me aplicar no modo online”
Fernanda contou em entrevista que alguns professores realizaram a aplicação dessas avaliações no modelo remoto mesmo com a coordenação não concordando e os demais também poderiam aplicar já que o caso dela era diferente, mas seguiram as orientações da direção. A acadêmica disse não restou outra opção e acabou percorrendo 25 km dentro de um ônibus cheio com seu bebê até chegar na instituição para fazer as provas pois não tinha com quem deixar a criança e também precisava amamentar.
Quando chegamos na faculdade ele já começou estranhar o ambiente pois nasceu durante uma pandemia e nunca tinha saído para outros lugares, ele chorava tanto que fazia vómitos e eu não conseguia concentrar na prova; o professor pediu para que eu fosse até a direção conversar mais uma vez pois naquela situação era inviável fazer a avaliação”, contou Fernanda.
Fernanda diz que ao solicitar novamente a coordenadora a aplicação online pois seu filho não parava de chorar acabou tendo um retorno inesperado, e como resposta segundo ela, a coordenadora disse que “cachorro late, gato mia e criança chora, deixa ele chorar“.
“A minha reação foi voltar para a sala e tentar fazer a prova e o que eu mais temia acabou acontecendo pois o meu filho adoeceu, não conseguia nem respirar direito, não mamava com facilidade pois a gripe que ele teve foi muito forte, não sei de fato se foi covid; mas foi bem difícil e acabei pegando dependência em uma matéria e pelo tocar da carruagem vou acabar perdendo minha bolsa que eu estudei quatro anos para conquistar por uma série de incompetências da faculdade”, relatou Fernanda.
A acadêmica disse que o que mais assustou ela foi que a Faculdade prega acolhimento, acessibilidade, inclusão e acaba que faz outra totalmente diferente, pois não está preocupada com a situação dos alunos que ali estuda.
Procurados pela nossa equipe de reportagem a instituição nos encaminhou uma nota sobre a denúncia feita pela Fernanda.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
O Centro Universitário Funorte cuida dos assuntos relativos aos seus estudantes de forma interna, ética e com o devido respeito. O caso da referida aluna está sob tratativa da equipe diretiva da instituição, coordenação de curso e setores afins à questão, com o objetivo de assegurar a plena resolução, mantendo a isonomia do processo, conforme Regimento Interno.