
Montes Claros poderá se tornar uma das primeiras cidades do interior do Estado a ter habilitado um centro para atendimento e acompanhamento de pacientes acometidos por doenças raras neurológicas, com foco em esclerose múltipla e doenças autoimunes. A proposta foi apresentada aos gestores de saúde do Norte de Minas sexta-feira,8, pelo neurologista Euldes Mendes Júnior, coordenador do Centro de Esclerose Múltipla de Montes Claros – (CEMMOC).
A apresentação foi realizada durante reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde – (CIB-SUS), realizada no auditório da Prefeitura de Montes Claros. Além de gestores municipais participaram técnicos e dirigentes da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros e das Gerências Regionais de Saúde de Januária e Pirapora. O médico explicou que a proposta de habilitar o serviço junto ao Ministério da Saúde, atualmente funcionando no prédio do Hospital do Rim, constitui medida necessária visando facilitar o atendimento de pacientes com doenças raras residentes no Norte de Minas.
“Trata-se de um serviço que precisa de recursos tecnológicos, pelo fato de tratar doenças complexas”, observou Euldes Júnior lembrando que atualmente, em Minas Gerais, poucas são as cidades do interior que possuem algum serviço para atendimento de pacientes com doenças raras.
Para a habilitação do Centro de Esclerose Múltipla de Montes Claros, além de equipe multiprofissional composta por neurologista especialista em doenças desmielinizantes, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos, há necessidade da estruturação do serviço com equipamentos de ressonância magnética; bioquímica básica; sorologias e tomografia. Aliado à estruturação do Centro, Euldes Júnior destacou a importância do apoio das unidades regionais da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – (SES-MG)na capacitação de médicos e outros profissionais de saúde que trabalham nos serviços de atenção primária dos municípios.
Esse trabalho terá o objetivo de identificar sinais e sintomas de doenças raras para que os processos de investigação sejam realizados com agilidade. O médico lembrou que, no Brasil, em média 15 a cada 100 mil pessoas são acometidas por doenças raras, de difícil diagnóstico. A referência técnica da Coordenadoria de Atenção Primária da Superintendência Regional de Saúde, Renata Fiúza Damasceno, pontuou que diante do avanço do projeto de estruturação do Centro de Esclerose Múltipla de Montes Claros, as unidades regionais da Secretaria de Estado da Saúde – (SES-MG) tem condições de contribuir com a mobilização dos profissionais dos municípios para a realização de capacitações.
A superintendente regional de saúde, Dhyeime Thuanne Pereira Marques entende que “a estruturação e habilitação do Centro de Esclerose Múltipla de Montes Claros se constituirá um importante avanço para o acolhimento e tratamento de pacientes residentes no Norte de Minas, viabilizando com isso a descentralização de serviços que atualmente estão concentrados nas capitais”.
ATENÇÃO INTEGRAL Dia 30 de janeiro de 2014 o Ministério da Saúde publicou a Portaria 199, que instituiu a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no âmbito do SUS. O objetivo é contribuir para a redução da morbimortalidade e das manifestações secundárias, bem como a melhoria da qualidade de vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento oportuno visando reduzira incapacidade e cuidados paliativos.
Para custeio do funcionamento dos serviços às equipes multiprofissionais dos Serviços de Atenção Especializada em Doenças Raras terá custeio mensal de R$ 41 mil 480 por equipe. Para efeitos de organização e credenciamento de serviços, a Política Nacional de Atenção Integra-las Pessoas com Doenças Raras foi dividida em dois eixos, sendo um deles de origem genética: anomalias congênitas ou de manifestação tardia; deficiência intelectual; erros inatos do metabolismo. O outro eixo é constituído por doenças raras de origem não genética: infecciosas; Inflamatórias e autoimunes.