Com a participação de gestores e coordenadores de vigilância em saúde, atenção primária à saúde, de vigilância epidemiológica e de imunização, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – (SES-MG) concluiu na tarde dessa quinta-feira, 7, a realização da 1ª oficina de coberturas vacinais no Norte de Minas. O evento, realizado nas Faculdades Santo Agostinho, abriu a segunda etapa do projeto de pesquisa e ação que a SES-MG está implementando em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais – (UFMG).
A oficina reuniu representantes dos 86 municípios que integram a área de atuação da macrorregião de saúde do Norte de Minas e que estão sob a jurisdição da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – (SRS) e das Gerências Regionais de Saúde – (GRS) de Januária e Pirapora. Na abertura do evento, a superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques, ressaltou a importância do trabalho de mobilização que a Secretaria de Estado da Saúde está realizando junto com os municípios, visando a melhoria dos índices de coberturas vacinais.
O presidente do Conselho de Secretarias de Saúde de Minas Gerais – (Cosems), Edvaldo Farias da silva Filho e a secretária de saúde de Montes Claros, Dulce Pimenta, observaram que a troca de experiências entre os municípios para o incremento das coberturas vacinais se constitui iniciativa importante, diante do impacto que esse problema pode ocasionar para a população e para a superlotação dos serviços de saúde.
A coordenadora estadual de imunização, Josianne Dias Gusmão explicou que embora o Programa Nacional de imunização – (PNI), que no próximo ano estará completando 50 anos, seja reconhecido internacionalmente pelos bons resultados obtidos com a erradicação de várias doenças, desde 2013 o país tem reduzido de forma gradativa as coberturas vacinais. Parte do problema é gerado por fake news (notícias falsas) disseminadas por meio de mídias sociais.
“Essa situação é preocupante, pois os baixos índices de coberturas vacinais expõem todos os segmentos da população a riscos de adoecimento. A decisão de ser ou não vacinado não afeta apenas uma pessoa, mas a saúde coletiva da população”, ressaltou a coordenadora, salientando que a Secretaria de Estado da Saúde disponibiliza suporte financeiro e técnico para que os municípios definam ações estratégicas e metas para melhorar os índices de coberturas vacinais.
Como exemplos de que, também no Norte de Minas há baixa cobertura vacinal da população, dados da SES-MG apontam que entre 54 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros somente Nova Porteirinha e Pai Pedro alcançaram as metas de vacinar mais de 95% das crianças com idade abaixo de um ano. Entre 25 municípios da GRS de Januária, alcançaram a meta Juvenília e Urucuia. Por outro lado, entre sete municípios da GRS de Pirapora, somente Várzea da Palma superou o percentual de 95% das crianças menores de um ano que já tomaram as vacinas previstas para essa faixa etária.
Josianne Gusmão lembrou que até o ano passado o Brasil notificou 20 mil casos de sarampo, o que ocasionou ao país a perda do certificado internacional de controle da doença. Além disso, por causa da redução dos níveis de vacinação de crianças, adolescentes e adultos, o país está com alto risco de voltar a registrar surtos de coqueluche e de poliomielite, doença que deixa sequelas graves. Por outro lado, lembrou a coordenadora, recentemente ocorreram surtos de febre amarela em Minas Gerais, o que reforça a falta de atualização das cadernetas de vacinação da população em geral.
CAPACITAÇÃO
Reforçando a importância da implementação de trabalho conjunto da SES-MG com os municípios visando reverter as baixas coberturas vacinais no Estado, a professora e pesquisadora da UFMG, Fernanda Penido informou que aliado à definição de estratégias e metas por parte dos municípios, a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais – (ESP) vai ofertar curso de capacitação de profissionais que trabalham em salas de vacinas. Neste ano a previsão é de que 4 mil profissionais participem do curso de atualização que será ministrado à distância. Em 2023 a previsão é de que o curso alcance 6,5 mil trabalhadores.
A ESP-MG também vai realizar curso presencial para monitores de salas de vacinas. Ao todo serão ofertadas 450 vagas, contemplando todas as regiões do Estado. Ao apresentar as resoluções publicadas desde 2019 pela SES-MG disponibilizando recursos financeiros para os municípios reforçarem as ações de vigilância em saúde e de imunização, a coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes salientou que “o esforço conjunto da Secretaria de Estado da Saúde com os municípios, voltado para o aumento das coberturas vacinais, é de fundamental importância levando em conta a necessidade de reduzirmos os riscos da ocorrência de surtos de doenças que podem ser prevenidas por meio de vacinas que estão disponíveis em todos os municípios, contemplando a população em geral”.