Depende do ponto de vista e das circunstâncias.
Do ponto de vista técnico e da circunstância vocação econômica, de riquezas naturais, não há dúvidas de que o Brasil é uma marca gigante, de estrondoso potencial. Esse assunto é pauta certa nas principais rodas de negócios diplomáticas do planeta, aspecto em que o país é um luxo, ocupa espaço na primeira fileira, desperta interesse global.
Do ponto de vista de oportunidades e de projeção do cidadão, não se pode dizer o mesmo, o país é nanico, cheio de mazelas e indignidade, ocupa lugar na outra ponta, sendo motivo de vergonha. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) ilustra bem esse quadro, diagnóstico publicado em 29/06 deste ano, mostra que pelo menos 62,9 milhões de brasileiros em 2021 tinham renda domiciliar per capita de até R$ 497, à época do levantamento, o salário mínimo era de R$ 1.100, hoje o piso salarial é de R$ 1.200.
Situação que se afunila em um contrassenso – tanta riqueza e tanta pobreza ao mesmo tempo e no mesmo território. Uma equação que parece simples, mas há dezenas de anos o cidadão brasileiro aguarda um retorno e… nunca chega, muitas vezes ignorado e enganado também.
Tão perto e tão longe concomitantemente, seria a falta de habilidade e de tecnicidade dos políticos brasileiros para superar esse quadro? Ou seria indisposição?
Ainda que o resultado seja o mesmo, seria mais razoável para a família humana concluir pela falta de tecnicidade.
E assim, a marca Brasil por nunca ter tido uma proposta de valor clara, gera dúvidas e continua no córner. O país é visto com ceticismo pelo mercado interno e externo, pois não apresenta terreno firme, gerando desconfiança, longe daquilo que o cidadão brasileiro gostaria que o país fosse percebido, longe do sonho da população.
É apropriado lembrar que a menos de 90 dias acontece eleições em nível nacional. Por enquanto, impera o ódio contra o ódio; o nada por nada. Proposta de valor abalizada em conhecimento, com narrativas para superar a defasagem e o fracasso que flerta com os brasileiros, até agora nada.
É acertado salientar que há de se implantar, de fato, modelo de gestão com proposta de valor que gere credibilidade e confiança. Há de se recuperar a ancoragem das expectativas em todos os níveis e atividades.
A marca Brasil precisa ocupar o seu devido lugar na mente e no coração do brasileiro, sobretudo. A marca Brasil tem todos os requisitos para se tornar uma marca indiscutível.
Para tanto, é preciso que as propostas dos políticos calibrem a expectativa do brasileiro, observando claro, comportamento e tendências internas e externas.