Após ser alvo de várias suposições ao longo da última semana, a atriz Klara Castanho, 21 anos, fez um forte relato nas redes sociais. Muitos especulavam uma possível gravidez da jovem, contudo, neste sábado (25/6), a atriz foi a público com uma carta aberta no Instagram onde detalhou vários relatos de violências que sofreu.
O texto começa com a frase “Esse é o relato mais difícil que eu já fiz” e ao longo de nove páginas, Klara conta que teve uma gravidez fruto de uma violência sexual que sofreu.
Ela conta que após o estupro, tentou seguir em frente, seguir focada no trabalho mas afirma que “os danos da violência me acompanharam”. Meses após o ocorrido, a atriz conta que começou a passar mal e foi informada pelos médicos que “gerava um feto”.
Ela estava quase no final da gestação quando descobriu — a menstruação seguiu normal, e a jovem não ganhou peso e nem barriga.
Nos relatos que se seguem, Klara conta uma sequência de situações desagradáveis envolvendo médicos. Ela foi obrigada a escutar o coração do bebê, mesmo depois de relatar que a gestação era fruto de um estupro, e conta que um dos médicos disse que “50% do DNA” (do bebê) eram dela e que seria “obrigada a amá-lo”.
Klara conta que ao descobrir a gravidez — dada a forma como foi concebida — não tinha condições emocionais para dar amor para a criança. Assim, ela tomou a decisão de dá-lo para adoção.
Foram poucos dias entre a descoberta da gravidez e o parto. “Era demais para processar, para aceitar e tomei a atitude que considero mais digna e humana”, reforça.
Klara fala que entrou em contato com advogados e que decidiu fazer uma adoção de entrega direta. Ela passou por todos os trâmites legais e etapas obrigatórias. “Um processo que, pela própria lei, garante sigilo para mim e para a criança”, reforçou.
No entanto, a história teve outro capítulo de falta de empatia. Klara narra no texto que foi ameaçada por uma enfermeira, logo após o nascimento do bebê: “Imagina se tal colunista descobre essa história?”. Ela revela que ao chegar no quarto de repouso já tinha mensagens de colunistas perguntando sobre a história.
A atriz conta que explicou toda a história para ele e que outros jornalistas entraram em contato com ela sobre o assunto. “Mas apenas o fato deles [colunistas] saberem, mostra que os profissionais que deveriam ter me protegido em um momento de extrema dor e vulnerabilidade, que têm a obrigação legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos, nem tiveram respeito por mim nem pela criança”, lamentou.
Ela completa o comunicado explicando que se posicionou dada a grande repercussão do caso e que “como mulher, eu fui violentada primeiramente por um homem e, agora, sou reiteradamente violentada por tantas outras pessoas que me julgam”, argumenta.
“Entregar uma criança em adoção não é um crime, é um ato supremo de cuidado. Eu vou tentar me reconstruir, e conto com a compreensão de vocês para me ajudar a manter a privacidade que o momento exige”, terminou o texto.
[Com algumas informações Uol]