Acusado de ser um dos mandantes da Chacina de Unaí, o fazendeiro Antério Mânica foi condenado, nessa sexta-feira (27), a 64 anos de prisão, no quarto dia de julgamento do caso. Porém, ele poderá recorrer em liberdade. A participação de Antério Mânica na Chacina de Unaí começou a ser julgada nessa terça-feira (24), na Justiça Federal de Belo Horizonte. Ao todo, 19 testemunhas foram ouvidas.
Na acusação, o Ministério Público Federal aponta Antério Mânica (um dos maiores produtores de feijão do Brasil e ex-prefeito de Unaí) como um dos mandantes do quádruplo assassinato que ficou conhecido como Chacina de Unaí. O crime ocorreu em 28 de janeiro de 2004, na zona rural do município, quando três fiscais do trabalho e o motorista do Ministério do Trabalho que os conduzia foram assassinados em uma emboscada.
Antério Mânica havia sido condenado a 100 anos de prisão, em novembro de 2015, pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal de Minas Gerais, que o considerou culpado do crime de quádruplo homicídio, triplamente qualificado por motivo torpe, mediante paga e sem possibilidade de defesa das vítimas.
Cerca de três anos depois, em novembro de 2018, ao analisar recurso interposto pela defesa do réu, a Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) anulou a condenação e determinou a realização de novo julgamento.