Uma segunda chance em determinadas situações pode ser algo decisivo para o processo de construção de uma sociedade cada vez mais democrática, colaborativa e solidária, solidariedade é algo que tem sido cada vez mais evidenciado diante dos últimos acontecimentos, porém, fica apenas na teoria, carecendo ser cada vez mais praticada para o desenvolvimento de toda a sociedade.
Diante disso grandes exemplos surgem como divisor de opiniões e geram grandes resultados, exemplo disso é o Projeto Luz no Cárcere, fundado em meados de agosto de 2009 em Montes Claros pelo casal Claudia Lafeta e Arley Junior (Presidente da ONG Luz no Cárcere e Secretário do Conselho da Comunidade na Execução Penal – Comarca de Montes Claros-MG), que em seu eixo central aborda, o acolhimento e a capacitação dos assistidos em vulnerabilidade social, visando apoiar e promover bem estar e o seu desenvolvimento socioeconômico, estimulando o conhecimento e o exercício da cidadania, solidariedade, respeito às leis e incentivo ao crescimento econômico e social com ética e responsabilidade, conscientizando e proporcionando mais qualidade de vida para os seus assistidos.
Com a proposta de um projeto de extensão nos PRESIDIOS de Montes Claros o trabalho sistematizado, continuado e muito persistente, busca a promoção de homens e mulheres privadas de liberdade e de suas famílias, tendo em vista o entendimento de toda conjuntura política, econômica e social, assim o “Projeto Luz no cárcere: Restaurando Vidas,” visa melhorar as condições de vida desses assistidos, promovendo o seu reconhecimento e valorização no tocante a defesa dos direitos humanos e ressocialização perante a sociedade.
O projeto promove ações que analisam e trabalham o contexto dos detentos no sistema prisional e seus familiares, propondo enquanto objetivo central, o lançamento de um olhar sobre Eles, identificando as suas principais dificuldades, o que evidencia que o tratamento dos reclusos é muito mais amplo que a simples repressão aos atos infracionais, mas trata-se de uma política de caráter assistencial, de modo a torná-los útil ao país e a si próprios.
Na prática diversas ações são desenvolvidas, dentre elas as visitas semanais onde ocorrerem cultos de adoração, apresentações teatrais que promulgam o amor ao próximo, dinâmicas de grupo, com o intuito de socializar, confraternizar e diminuir os conflitos existentes entre os detentos, atividades que visam à recuperação da autoestima, como “o dia da beleza”, dia em que, profissionais como, cabeleireiras maquiadoras e outras, promovem um concurso das mais belas, elegendo primeiro, segundo e terceiro lugares com premiações.
Além dessas também são realizadas inúmeras outras ações como ministração de palestras de combate e prevenção ao uso de drogas e violência, DST e outros temas, além de outras programações diferenciadas, como o “Festival do Sorvete” que promove a interação com a realização de oficinas teatrais (as custodiadas receberam textos evangelísticos, decorarão e apresentarão) recebendo premiações. Anualmente são realizados também casamentos comunitários dentro das unidades prisionais, assim podendo valorizar a restauração familiar.
O projeto promove também ações junto aos familiares, através de visitas domiciliares para auxiliar no relacionamento dos detentos sob custódia da justiça desde o encarceramento, julgamento, cumprimento da pena e regresso ao lar, haja vista, importante a interatividade das custodiadas, pois a família sempre foi colocada como a grande orquestradora da marginalidade, seja ela concebida como carência de meios indispensáveis à subsistência, abandono material e até mesmo a prática de infração penal.
Este resgate da autoestima promove uma avaliação dos detentos em torno de suas experiências interpessoais, atribuindo juízo de valor a si mesmo o que auxilia de forma essencial no seu processo de ressocialização.