Chegou a seis o número de casos suspeitos da chamada hepatite misteriosa em crianças de Minas Gerais. A informação foi divulgada nessa sexta-feira (13) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Até quarta-feira (11) o estado somava quatro casos da doença.
Até então, os casos acompanhados eram dois em Belo Horizonte e dois em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Conforme a pasta, as duas novas suspeitas notificadas ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-Minas) foram registradas em Montes Claros, no Norte de Minas.
“Os casos do município de Montes Claros estão classificados como um caso descartado e um caso em investigação. Os casos dos municípios de Juiz de Fora e Belo Horizonte são casos prováveis e estão em investigação e acompanhamento, e foram notificados ao Ministério da Saúde”, pontua a SES-MG.
A chamada Hepatite Aguda Grave em Crianças está sob vigilância da Organização Mundial de Saúde (OMS) devido a mudanças no padrão prévio de ocorrência da enfermidade, “com aumento de sua frequência e de seu perfil de gravidade”. Nos seis casos mineiros da doença, as causas mais comuns foram descartadas.
Secretaria descarta relação com vacina contra a Covid
Ainda de acordo com a SES-MG, as informações atuais dos seis casos suspeitos registrados no estado descartam, no momento, a relação da hepatite com a vacina contra a Covid-19, uma vez que a maioria das crianças afetadas não receberam o imunizante.
“Em alguns pacientes, foi detectada a presença dos vírus Adenovirus e SARS-CoV-2 (Covid). No entanto, ainda não existem dados suficientes para estabelecer uma relação causal entre esses agentes infecciosos e o quadro clínico dos pacientes”, completa a pasta.
Os principais sintomas da hepatite são diarreia, vômito e dor abdominal, que podem vir associados ou não a protração, dor no corpo e mal-estar. “Em um segundo momento, a icterícia, caracterizada pela coloração amarelada dos olhos, da pele e das mucosas, se instala, devendo ser utilizado por pais e cuidadores como um sinal de alarme para procura por atendimento”, orienta a secretaria.
Como a causa ainda é indefinida, para prevenir os casos a orientação é para se manter a higienização adequada e frequente das mãos, cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, consumir água potável e alimentos adequadamente higienizados.
Causas da doença ainda é mistério
O infectologista Leandro Curi explicou à reportagem de O TEMPO que o agente causador da doença ainda é um mistério. “O que podemos afirmar é que não tem relação com a Covid-19 e muito menos, repito, muito menos com a vacinação. Tem gente que teve inflamação mesmo sem se vacinar. A hepatite não é vacinal”.
Curi comenta os principais sintomas da doença de causa desconhecida. “Neste caso específico, os pacientes relatam dores abdominais, dor forte na barriga mal estar e, na maioria das vezes, nem tanta febre. O exame aponta se o fígado está comprometido”, alerta o especialista em infectologia.
Hepatite misteriosa: o que se sabe sobre doença grave que afeta crianças
Sobre o aumento de casos, o infectologista destaca que é importante descartar outras doneças antes da suspeita de hepatite misteriosa. “Claro que acende um alerta, mas temos que considerar que quando acontece uma situação dessa no mundo, as equipes de saúde ficam mais alerta. A criação de novos casos no mundo cria atenção do profissional de saúde para que ele também pense nisso. Mas como não tinha nenhum caso na semana passada e agora temos quatro, a gente também tem que pensar foi realmente um nível de atenção maior da equipe de saúde ou tem realmente algo causando a hepatite misteriosa como foi no Reino Unido por exemplo”.
[Com informações de O TEMPO]