De Minas para Havard: professor e pesquisador de Salinas-MG é convidado para EMEP nos EUA

Universidade de Havard, EUA

O EMEP (Encontro Mundial sobre Ensino de Português),  é um encontro mundial sobre ensino de Português realizado anualmente que reúne professores de português como língua materna e não-materna de todo o mundo, visando a um diálogo e aprendizado colaborativo e cooperativo sobre as experiências uns dos outros, sobre inovação, projetos, materiais e novas estratégias de ensino e aprendizagem de português de grande impacto nas atividades educacionais desse segmento.

Foto: Arquivo Pessoal/ Maurício Alves

Neste ano o evento acontece em agosto, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. E o norte mineiro Maurício Alves, 25 anos, natural de Salinas-MG é um dos convidados para palestrar. Ele conta que vai apresentar suas pesquisas sobre escrita durante a pandemia e o modelo remoto de ensino, e compartilhar algumas metodologias utilizadas nas aulas de Redação. O professor contou como recebeu o convite para participar do evento.

“Estava na minha casa, no povoado de Nova Fátima (Salinas-MG), quando recebi a carta de aceite por e-mail. Fiquei muito emocionado e já fui contar para minha família e meus amigos, que se emocionaram comigo”.

Sobre a viagem para um evento tão importante como esse, ele contou como estão os preparativos; disse que no momento, a preparação está sendo mais voltada à viagem mesmo: tirar visto americano, comprar passagens, hospedagens etc. Como a pesquisa já foi realizada, a apresentação já está quase pronta, só preciso ensaiar para conseguir apresentar de forma clara aos meus colegas do evento.

“Estou me sentindo muito realizado como pesquisador. Jamais imaginei que um dia teria a oportunidade de colocar os pés na Universidade de Harvard, uma das mais conceituadas no mundo, e ainda apresentar resultados das minhas pesquisas”.

Ensino nas escolas  durante a pandemia, do presencial ao remoto

A educação foi profundamente atingida pela pandemia de covid-19. Dezenas de milhões de crianças e adolescentes brasileiros sofreram com escolas fechadas e aulas interrompidas desde março de 2020. Segundo o site Observatório de educação, sete meses depois do início da crise, apenas duas redes estaduais de educação autorizaram o retorno às salas de aula. A grande maioria dos alunos em todo o país estudou remotamente numa conjuntura bastante desafiadora, em que o setor público ainda estava aprendendo como melhor implementar essa modalidade de ensino.

O professor e pesquisador Maurício Alves, atua na cidade de Montes Claros, Norte de Minas, e contou em entrevista ao Portal Web Terra que foi uma mudança muito abrupta, sem dúvidas. Ele relatou que  no começo, teve muita dificuldade em conseguir adaptar a metodologia de ensino presencial ao modelo virtual, pois não conhecia a maioria das ferramentas e plataformas utilizadas.

“Lembro-me do quanto fiquei nervoso antes de dar a primeira aula on-line, mas, com o passar do tempo, fui aprendendo e descobrindo maneiras de me conectar com meus alunos e fazer com que eles aprendessem dentro de todas as limitações, destacou o professor”.

Uma pesquisa feita pelo Inep ( Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Anísio Teixeira), mostra que 99,3% das escolas brasileiras suspenderam as atividades presenciais. Em função disso, parte delas também ajustou a data do término do ano letivo de 2020, visando ao enfrentamento das questões pedagógicas decorrentes dessa suspensão. As escolas públicas sentiram uma necessidade maior de fazer a adequação. Pouco mais de 53% delas mantiveram o calendário. Por outro lado, cerca de 70% das escolas privadas seguiram o cronograma previsto.

Com a suspensão das aulas no modo presencial os profissionais da educação tiveram que adaptar a forma de ensino nas instituições em que trabalhavam. Foi aí que muitos professores foram afetados, assim como muitos alunos. Maurício conta que como é  professor de Língua Portuguesa e Redação, as  aulas foram afetadas, pois estava acostumado com o papel,  caneta e o contato…

“Considero que foi um grande desafio incentivar os alunos a ler e, principalmente, a escrever nesse período. Desse modo, foi preciso contar com as plataformas digitais para a escrita e a correção de textos ficarem mais descontraídas e interessantes para os alunos”.

O professor contou que viveu  duas realidades muito distintas como professor, pois trabalha nas redes pública e privada em Montes Claros. Na escola particular, foi mais fácil a conexão com os alunos, que usufruíam das tecnologias necessárias para a realização das atividades. Ele diz que considera que houve apenas um remanejamento do presencial para o on-line, visto que aulas, atividades, avaliações e até eventos continuaram acontecendo.

Maurício diz que nas três escolas públicas em que trabalhou durante o ensino remoto, foi um pouco mais difícil dar continuidade aos trabalhos na nova realidade educacional, pois muitos alunos não tinham acesso à internet ou a computadores e celulares. Dessa forma, as aulas não aconteciam com frequência, apenas um acompanhamento que, infelizmente, não foi capaz de suprir as necessidades de aprendizagem dos discentes. O docente diz que mesmo assim, houve muito esforço para que, dentro dessas limitações, os alunos conseguissem aprender e mesmo assim  percebeu que muitos alunos não conseguiam acompanhar as aulas, estavam apenas conectados, mas não participavam.

 

Jornalista formado pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas- FUNORTE em 2021. Natural de Luislândia, Norte de Minas; tem passagens por redações de jornais, e TV.